ANÁLISE DE SOBREVIDA EM PACIENTES COM CÂNCER DE COLO DO ÚTERO COM METÁSTASES EXCLUSIVAS PARA LINFONODOS PARA-AÓRTICOS

Introdução: Nos cânceres de colo do útero avançados, os linfonodos para-aórticos estão associados a um mau prognóstico. O papel da radioterapia estendida (RT) para o campo LN para-aórticos é uma questão de debate e nós analisamos os resultados da quimiorradioterapia (QRT) com radioterapia estendida LN para-aórticos seguida de braquiterapia (BT). Método: um estudo retrospectivo e unicêntrico. Foram analisados registros médicos de todas as pacientes com câncer de colo do útero com metástases exclusivas para LN para-aórticos tratadas no ICESP entre maio de 2008 e junho de 2015. Todas as pacientes foram estadiados com TC e/ou RM e classificadas por RECIST. A análise de intenção de tratamento foi realizada. A sobrevida foi analisada através das curvas Kaplan-Meier e do teste log-rank. A análise de regressão Cox univariada foi realizada para identificar fatores associados com a melhor sobrevida. P (bi-caudado) <0,05 foi considerado significativo. A análise de dados foi realizada pelo Electronic Statistical Package for Social Science para Windows, versão 17.0. Resultados: Do total de 38 pacientes avaliadas, a maioria apresentava de 24 - 64 anos (76,3%, intervalo 32-96), 84% eram ECOG 0-1, 44,7% tem menos que 3 filhos, 26,3% fumantes. Em relação à histologia, 92,1% eram carcinoma de células escamosas e 7,9% de adenocarcinomas, 63,2% G2. Quanto às características do tumor, a maioria das lesões primárias estava entre 4-8 cm (34,2%) e LN para-aórticos até 3 cm (55,2%). 89,5% foram tratados com QRT com cisplatina (40 mg/m2/w) ou carboplatina (AUC2/w). 2,6% foram tratados com RT exclusiva. Todas as pacientes receberam 45-54 Gy de RT (pelve, LN pélvicos, paramétrio e extensão para LN para-aórticos) e BT de alta dose em quatro aplicações de 7,5 Gy. A média de sobrevida global foi de 14,3 meses (IC 95%: 10,38 - 18,21). A sobrevida livre de progressão foi de 8,3 m (IC 95%: 0,1 - 19,3). A análise univariada e multivariada mostrou que a SG está relacionado à resposta ao tratamento (p =.0001), confirmando melhor SG para aqueles que atingiram os critérios de cura, sem evidência de doença ou resposta parcial, e SG também foi melhor para pacientes com ECOG 0-1 (p =.0001). Não houve diferença na SG entre as outras variáveis analisadas. Conclusão: Em pts com câncer de colo do útero com metástase exclusiva LN para-aórticos submetidas à QRT seguida por BT, o campo estendido de RT para LN para-aórticos é viável. ECOG e resposta completa foram fatores prognósticos independentes.

 

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Article published online:
10 July 2025