Open Access
CC BY 4.0 · Brazilian Journal of Oncology 2017; 13(S 01): 1-84
DOI: 10.1055/s-0044-1796808
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TEMÁRIO: TUMORES DE MAMA

ANÁLISE DAS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E PATOLÓGICAS DOS TUMORES DE MAMA ASSOCIADOS A MUTAÇÕES GERMINATIVAS NOS GENES BRCA1 E BRCA2 ATENDIDAS EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA

Mayra Calil Jorge
1   UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO
,
Maria Nirvana da Cruz Formiga
1   UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO
,
Alexandre André Balieiro Anastácio da Costa
1   UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO
,
Ana Milena Gómez Camacho
1   UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO
,
Mariana Lopes Zanatta
1   UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO
› Author Affiliations
 

    Introdução: a Síndrome de Câncer de Mama e Ovário Hereditário (SMOH), relacionada a mutações patogênicas nos genes BRCA1 e BRCA2, cursam com o aumento do risco de câncer de mama. Objetivo: analisar as características clínicas e patológicas dos tumores de mama associados a mutações germinativas nos genes BRCA1 e BRCA2. Método: estudo observacional de coorte retrospectivo, em que foram avaliadas pacientes com história pessoal de câncer de mama, com critérios clínicos para SMOH, tendo realizado pesquisa de mutações germinativas nos genes BRCA1 e BRCA2, atendidas no Departamento de Oncogenética do A.C. Camargo Cancer Center (ACCCC), de 2010 a 2015. Foram incluídas pacientes com anatomopatológico do ACCCC e em acompanhamento na oncologia. Foram excluídas variante de significado indeterminado (VUS). De um total de 664 pacientes submetidas ao teste genético, foram incluídas 276 no estudo. Dessas, 81 pacientes apresentaram mutação patogênica nos genes BRCA 1 ou BRCA2 (29,3%). Foram coletados dados de todas as pacientes com mutação e de 81 pacientes do grupo sem mutação de forma aleatória (grupo controle), para obter proporção 1: 1. Resultados: a principal indicação para pesquisa da mutação foi idade menor que 45 anos (35% das pacientes), seguida de história familiar (33%), tumor de mama triplo negativo (TN) abaixo dos 60 anos (15%) e dois tumores primários de mama (10%). Das 81 pacientes com mutação, 50 tiveram mutação no BRCA 1, 30 no BRCA 2 e uma paciente em ambos os genes. Todas foram submetidas a aconselhamento genético pré e pós teste. Entre as pacientes com BRCA 1 mutado, 65% fizeram salpingooforectomia (SOB) redutora de risco e 49% fizeram adenomastectomia contra-lateral; entre as portadoras de mutação BRCA2, as taxas foram 75% e 42% respectivamente. No grupo das pacientes com mutação, foram observados tumores de maior grau, maior número de TN, menor expressão de receptor de progesterona entre os luminais, maior necrose e maior intensidade no infiltrado inflamatório, com diferença significativa (p<0,05). Discussão: nossos achados foram concordantes com os dados da literatura quanto às características anatomo-patológicas dos tumores de mama associados a mutação nos genes BRCA1/2. Interessantemente, foi observado maior grau de infiltrado inflamatório e necrose nos tumores associados a SMOH. O conhecimento nesta área é importante para melhor entendimento da biologia dos tumores, prognóstico e resposta a terapias, além do aconselhamento genético familiar.


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    MAYRA CALIL JORGE

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    Article published online:
    10 July 2025

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