ADENOCARCINOMA DE INTESTINO DELGADO – RELATO DE CASO DE RESSECÇÃO E LINFADENECTOMIA COM UTILIZAÇÃO DE AZUL DE METILENO INTRA-OPERATÓRIO

Apresentação do caso: Paciente feminina de 55 anos com quadro de síndrome consumptiva e vômitos há 6 meses, sendo investigada em outro serviço sem diagnóstico definido. Realizou tomografia de abdomen demonstrando distensão de alças, sem ponto definido de obstrução intestinal, porém com imagem sugestiva de espessamento parietal do jejuno proximal/médio. Foi submetida a laparotomia exploradora com diagnóstico de massa suboclusiva em jejuno médio. Durante o procedimento cirúrgico foi realizada injeção de 1 mL de azul de metileno na submucosa da região acometida e após 5-10 minutos foi observado a drenagem do corante pelos vasos linfáticos e linfonodo regionais, definindo a área necessária para ressecção adequada. O tumor demonstrou tratar-se de um adenocarcinoma tubular moderadamente diferenciado com 2/21 linfonodos dissecados comprometidos por neoplasia. A utilização de injeção de corante no manejo intra-operatório dos tumores do intestino delgado ajuda na definição da área necessária para realização de linfadenectomia adequada. O uso do azul de metileno em detrimento do azul patente parece ser mais adequada, uma vez que aquele possui peso molecular em torno de 4x menor do que este. O que permite a definição de toda uma área de drenagem linfática e não apenas os primeiros linfonodos que drenam a região. Além disso, existem trabalhos que demonstram que a injeção de um corante no intra-operatório atua como auxílio ao patologista assistente na contagem de linfonodos, melhorando desta forma o estadiamento da neoplasia. O uso desta técnica parece ser seguro e não afetar o tempo operatório de maneira significativa, mesmo em situações de cirurgia de urgência como no caso relatado. Sua utilização em regiões como o intestino delgado, que apresentam drenagem muito variada é de grande validade para uma ressecção oncológica adequada.

 

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Article published online:
10 July 2025