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DOI: 10.1055/s-0044-1796980
LINFOEPITELIOMA DE COLO UTERINO EM PACIENTE COM INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO: DESAFIO NO MANEJO ONCOLÓGICO
Apresentação do caso: Paciente H.N.M., 67 anos, gesta 3, para 3, aborto 0, ex-tabagista de longa data, IMC: 38kg/m2, apresentou no exame de Papanicolau, alteração escamosa e sangramento recorrente após a coleta. Negou dor e corrimento vaginal, além de ausência de linfonodomegalias. Realizou-se investigação com biópsia de colo uterino que revelou, na histopatologia, grupamento de células epitelioides atípicas em meio a denso infiltrado linfoide e, no exame imunohistoquími-co, expressão para citoceratina, proteína p63 e p16. Estes achados indicaram o diagnóstico de carcinoma tipo linfoepitelioma de colo uterino. O tratamento cogitado foi a histerectomia. No entanto, a paciente sofreu um infarto agudo do miocárdio, o qual foi tratado com a an-gioplastia, que impossibilitou o tratamento cirúrgico do câncer. Foi feita uma estratégia terapêutica associando a quimioterapia e a radioterapia. A paciente evoluiu bem, sem complicações e segue com acompanhamento clínico para identificação precoce de possível recidiva. Discussão: O carcinoma tipo linfoepitelioma é raro, representa cerca de 0,7% de todas as neoplasias do colo do útero nos países ocidentais, sendo mais incidente na região asiática. Este carcinoma é mais comumente encontrado na região da nasofaringe. Sua patogênese tem relação com a infecção pelo HPV de alto risco e o pelo vírus Epstein-Barr. O tumor caracteriza-se histo-logicamente por ninhos de células escamosas, pouco diferenciadas, imersas em um estroma fibrilar com um denso infiltrado linfocítico. O prognóstico é melhor que o de carcinoma escamoso, tem menor probabilidade de metástase e maior taxa de sobrevida. Quanto ao tratamento, evidências científicas demonstram que a maioria das pacientes foram submetidas à histerec-tomia e evoluíram com um bom prognóstico. No caso descrito, todavia, a conduta cirúrgica foi interferida e realizaram-se 7 sessões de quimioterapia com cispla-tina, 33 sessões de radioterapia tridimensional com dose 1,8 Gy, associadas a 4 sessões de braquiterapia de 700GCY, no período de 5 meses. Comentários finais: O linfoepitelioma do colo uterino foi pouco descrito no Brasil, tanto quanto a sua patogenia, bem como suas melhores estratégias terapêuticas. O relato permite a elucidação deste câncer, explorando as características manifestadas no caso e a conduta terapêutica realizada, com o intuito de acrescentar informações aos dados da literatura e expandir o conhecimento sobre o linfoepitelioma do colo uterino.
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10 July 2025
© 2017. This is an Open Access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.
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