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CC BY 4.0 · Brazilian Journal of Oncology 2017; 13(S 01): 1-233
DOI: 10.1055/s-0044-1796984
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TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA

CORIOCARCINOMA NÃO GESTACIONAL PRIMÁRIO DE OVÁRIO – TRATAMENTO CIRÚRGICO DE UMA LESÃO AVANÇADA

Victor Hugo Ribeiro Vieira
,
Talitha Costa Bonates
,
Alberto Teles Lopes
,
Eduardo Rodrigues Zarco da Câmara
,
Antonio Carlos Eckhardt Jr.
,
Alessandro Augusto Bastos Rodrigues Alves
,
Luísa Moreira de Ávila
 

    Apresentação do caso: Paciente, feminina, 25 anos, G3P1A2, última gestação há 2 anos, com história de aumento do volume abdominal nos últimos dois meses, de forma progressiva, associada a dor intensa (EVA 10) e emagrecimento de aproximadamente 10 kg. Negava sangramento vaginal e apresentava exame colpocitológico normal. A tomografia de abdômen e pelve mostrava volumosa lesão sólida estendendo-se desde o mesogástrio à pelve, com cerca de 26 × 20 cm, além de ascite discreta e linfonodomegalia no retroperitônio a tomografia de tórax e crânio não identificou sinais de implantes secundários. O exame laboratorial evidenciou CA 125 162, bHCG 978 e alfafetoproteína e CEA dentro dos valores normais. Indicamos laparotomia exploradora ao inventário da cavidade foi visto uma volumosa lesão rota, friável, com íntima aderência ao corpo uterino e reto. Optado por histerectomia total, salpingooforectomia bilateral, ressecção anterior de reto a Hartmann (devido politransfusão) em bloco. A biópsia de congelação diagnosticou um carcinoma indiferenciado de ovário, então procedemos à linfadenectomia pélvica, paraórtica e omentectomia cirurgia R0. O laudo definitivo foi compatível com coriocarcinoma primário de ovário, infiltrando reto e com metástase para linfonodos paraórticos. A paciente foi encaminhada para quimioterapia adjuvante com esquema BEP (bleomicina, etoposídeo e cisplatina). Discussão: O coriocarcinoma pode ser gestacional ou não gestacional. O subtipo gestacional é mais comum e geralmente tem melhor prognóstico, já o não gestacional é extremamente raro, principalmente se for “puro” – não associado à outras linhagens germinativas – como é o caso do relato. A distinção destas entidades é importante porque além do prognóstico, o tratamento também é diferente nos coriocarcinomas primários do ovário o tratamento é cirúrgico, enquanto nos gestacionais é utilizado quimioterapia inicialmente. Este caso difere muito dos publicados nos diversos outros relatos, uma vez que foi necessária uma cirurgia extensa para controle da doença segundo Hayashi, em um levantamento de 32 casos, 71% foram tratados exclusivamente com ooferectomia/salpingooforectomia bilateral. E embora a quimioterapia adjuvante seja um consenso nos múltiplos casos, os esquemas e drogas utilizadas variam muito na literatura.


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    Contato:

    VICTOR HUGO RIBEIRO VIEIRA

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    Article published online:
    10 July 2025

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