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CC BY 4.0 · Brazilian Journal of Oncology 2017; 13(S 01): 1-233
DOI: 10.1055/s-0044-1797002
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TEMÁRIO: ONCOMASTOLOGIA

CARCINOMA INVASIVO (PROGNÓSTICO) X GESTAÇÃO - RELATO DE CASO

Ingrid Nóbrega Araújo Queiroz
1   UNIVERSIDADE POTIGUAR
,
Flávio Rocha de Medeiros
1   UNIVERSIDADE POTIGUAR
,
Cristina Rocha de Medeiros Miranda
1   UNIVERSIDADE POTIGUAR
,
Rodrigo Pereira
1   UNIVERSIDADE POTIGUAR
› Author Affiliations
 

    Apresentação do caso: MCFN, 36 anos, sexo feminino, natural de Angicos/RN, apresenta mamograf¡a BIRADS 4C - microcalcificações pleomórficas no QIL e QSL à esquerda. Nuligesta, menarca aos 11 anos, uso de ACO por 6 anos, ciclos regulares, relatando desejo em gestar. História familiar de tia paterna com CA de mama aos 45 anos. USG mamária com calcificações à esquerda (BIRADS 4C). Realizou mastectomia seguida de reconstrução mamária, com anatomopatológico e imuno--histoquímica (IHQ) evidenciando carcinoma ductal in situ (CDIS) de alto grau em extensão lobular, com receptores hormonais positivos para estrógeno (95%) e progesterona (70%). Indicado quimioprofilaxia, a conduta não foi aceita devido desejo de gestar. Retorna após 2 anos, GIIPIAI, amamentando lactente de 5 meses. Referiu nódulo na área do plastrão da reconstrução. USG de mama esquerda mostrava cisto de conteúdo espesso. À exérese de lesão após lactação, teve como Resultado: carcinoma invasivo não especial (1,2 cm), grau histológico 3 e grau nuclear 3; CDIS de alto grau, margens comprometidas. IHQ com receptores para estrógeno (100%), progesterona (15%) e Ki67 (80%). Submetida a novo tratamento cirúrgico para ampliação das margens cirúrgicas, como anatomopatológico evidenciando tipo invasivo com 0,5 cm, CDIS de 0,6 cm e linfonodo axilar esquerda com metástase de carcinoma invasivo. Feita mastectomia bilateral profilática com reconstrução, estadiamento em pTxN2M0. Radioterapia adjuvante e, após 9 meses, PET/CT mostrou ausência de neoplasia. Discussão: Devemos pesar o prognóstico vs. desejo de gestar, antes de tomar uma decisão clínica. À priori, apresentava um CDIS que necessitava de medida profilática, contudo ela não poderia gestar, rejeitando a profilaxia, evoluindo com carcinoma invasivo em área cicatricial. Segundo literatura, células do in situ alterariam-se geneticamente, levando à evolução para invasivo, sendo o in situ “associado” um composto de células remanescentes. Apesar do pior prognóstico devido ao ductal invasivo e de um Ki67 mostrando proliferação considerável, não há neoplasia ativa após tratamento realizado. Conclusão: É um caso digno de discussão em âmbito acadêmico, ao elencar um desfecho positivo em uma paciente que, inicialmente, possuía um prognóstico bom, que evoluiu para reservado devido recidiva, jovem e com desejo de gestar. A descrição deste caso é importante para discutir o embate entre decisão médica e desejo do paciente, além de mostrar um desfecho positivo.


    No conflict of interest has been declared by the author(s).

    Contato:

    INGRID NÓBREGA ARAÚJO QUEIROZ

    Publication History

    Article published online:
    10 July 2025

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