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DOI: 10.1055/s-0044-1797002
CARCINOMA INVASIVO (PROGNÓSTICO) X GESTAÇÃO - RELATO DE CASO
Apresentação do caso: MCFN, 36 anos, sexo feminino, natural de Angicos/RN, apresenta mamograf¡a BIRADS 4C - microcalcificações pleomórficas no QIL e QSL à esquerda. Nuligesta, menarca aos 11 anos, uso de ACO por 6 anos, ciclos regulares, relatando desejo em gestar. História familiar de tia paterna com CA de mama aos 45 anos. USG mamária com calcificações à esquerda (BIRADS 4C). Realizou mastectomia seguida de reconstrução mamária, com anatomopatológico e imuno--histoquímica (IHQ) evidenciando carcinoma ductal in situ (CDIS) de alto grau em extensão lobular, com receptores hormonais positivos para estrógeno (95%) e progesterona (70%). Indicado quimioprofilaxia, a conduta não foi aceita devido desejo de gestar. Retorna após 2 anos, GIIPIAI, amamentando lactente de 5 meses. Referiu nódulo na área do plastrão da reconstrução. USG de mama esquerda mostrava cisto de conteúdo espesso. À exérese de lesão após lactação, teve como Resultado: carcinoma invasivo não especial (1,2 cm), grau histológico 3 e grau nuclear 3; CDIS de alto grau, margens comprometidas. IHQ com receptores para estrógeno (100%), progesterona (15%) e Ki67 (80%). Submetida a novo tratamento cirúrgico para ampliação das margens cirúrgicas, como anatomopatológico evidenciando tipo invasivo com 0,5 cm, CDIS de 0,6 cm e linfonodo axilar esquerda com metástase de carcinoma invasivo. Feita mastectomia bilateral profilática com reconstrução, estadiamento em pTxN2M0. Radioterapia adjuvante e, após 9 meses, PET/CT mostrou ausência de neoplasia. Discussão: Devemos pesar o prognóstico vs. desejo de gestar, antes de tomar uma decisão clínica. À priori, apresentava um CDIS que necessitava de medida profilática, contudo ela não poderia gestar, rejeitando a profilaxia, evoluindo com carcinoma invasivo em área cicatricial. Segundo literatura, células do in situ alterariam-se geneticamente, levando à evolução para invasivo, sendo o in situ “associado” um composto de células remanescentes. Apesar do pior prognóstico devido ao ductal invasivo e de um Ki67 mostrando proliferação considerável, não há neoplasia ativa após tratamento realizado. Conclusão: É um caso digno de discussão em âmbito acadêmico, ao elencar um desfecho positivo em uma paciente que, inicialmente, possuía um prognóstico bom, que evoluiu para reservado devido recidiva, jovem e com desejo de gestar. A descrição deste caso é importante para discutir o embate entre decisão médica e desejo do paciente, além de mostrar um desfecho positivo.
No conflict of interest has been declared by the author(s).
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10 July 2025
© 2017. This is an Open Access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.
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