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DOI: 10.1055/s-0044-1797025
UM RARO CÂNCER DE COLO DE VESÍCULA BILIAR SIMULANDO COLANGIOCARCINOMA
Apresentação do caso: Paciente masculino, 56 anos, apresentando prurido, icterícia, emagrecimento e dor abdominal. ColangioRM evidenciou cálculo em infundíbulo de 0,6cm, espessamento parietal no ducto hepático comum, parede inferior, com extensão de 0,9cm e distando 1cm da confluência dos ductos hepáticos, tendo como hipótese diagnóstica o colangiocarcinoma. Estadiamento sem evidências de metástases. Submetido a laparotomia com ressecção da via biliar extra-hepática. Congelação intra-operatória com margens cirúrgicas negativas. Reconstrução com hepatojejunoanastomose em Y de Roux. Linfadenectomia N1 e N2. O anatomopatológico revelou adenocarcinoma moderadamente diferenciado do colo vesicular, ducto cístico e parede do colédoco, estendendo-se até o tecido adiposo pericístico, invasões linfáticas e perineural, presença de extensa neoplasia intraepitelial biliar de alto grau em regiões peritonizadas e não peritonizadas da vesícula biliar. Obteve-se uma ressecção R0. Paciente estadio IIIA, segundo a classificação TNM. Evoluiu de forma satisfatória sendo encaminhado para o setor de oncologia clínica onde segue em quimio/radioterapia. Discussão: O câncer da vesícula biliar (CVB) é raro representando de 0,76 a 1,2% de todas as neoplasias. Sua maior ocorrência em mulheres e idade superior aos 65 anos. A natureza biológica agressiva do tumor, associado à extensa drenagem linfática da vesícula biliar, frequentemente resulta em rápida progressão da doença. A maioria dos casos (85-90%) é adenocarcinoma e apenas sua minoria (10%) localiza-se no colo. A remoção cirúrgica completa oferece a melhor chance de cura no momento. Os critérios de ressecabilidade raramente têm sido abordados na literatura, entretanto, a perda de peso e a icterícia na apresentação são preditores negativos. O envolvimento linfonodal continua sendo um forte fator de prognóstico. Apesar da melhoria das taxas de mortalidade, a morbidade continua alta. As taxas de sobrevida aos cinco anos após a ressecção estão relacionadas com o tumor (90%-T1,60%-T2,25%-T3 e <10%-T4). A chance de cura aumenta com a possibilidade de ressecção cirúrgica, que depende basicamente do estadiamento da doença no momento do diagnóstico. Comentários finais: Pela raridade e inespecificidade o CVB possui baixas taxas de diagnóstico pré-operatórias. No caso relatado, a dificuldade foi maior porque a clínica e a ColangioRM eram sugestivas de colangiocarcinoma sendo diferenciado através do resultado do anatomopatológico.
No conflict of interest has been declared by the author(s).
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10 July 2025
© 2017. This is an Open Access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.
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