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CC BY 4.0 · Brazilian Journal of Oncology 2017; 13(S 01): 1-233
DOI: 10.1055/s-0044-1797025
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TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS

UM RARO CÂNCER DE COLO DE VESÍCULA BILIAR SIMULANDO COLANGIOCARCINOMA

Fernanda Paula Schafer
1   UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
,
Renata Bruna Garcia dos Santos Gatelli
1   UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
,
Charles Nilton Gatelli
1   UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
,
Ícaro de Azevedo Alexandre
1   UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
,
Víctor Sánchez Zago
1   UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
,
Gabriela Schmidt
1   UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
,
Bernardo Cenci Basso
1   UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
› Author Affiliations
 

    Apresentação do caso: Paciente masculino, 56 anos, apresentando prurido, icterícia, emagrecimento e dor abdominal. ColangioRM evidenciou cálculo em infundíbulo de 0,6cm, espessamento parietal no ducto hepático comum, parede inferior, com extensão de 0,9cm e distando 1cm da confluência dos ductos hepáticos, tendo como hipótese diagnóstica o colangiocarcinoma. Estadiamento sem evidências de metástases. Submetido a laparotomia com ressecção da via biliar extra-hepática. Congelação intra-operatória com margens cirúrgicas negativas. Reconstrução com hepatojejunoanastomose em Y de Roux. Linfadenectomia N1 e N2. O anatomopatológico revelou adenocarcinoma moderadamente diferenciado do colo vesicular, ducto cístico e parede do colédoco, estendendo-se até o tecido adiposo pericístico, invasões linfáticas e perineural, presença de extensa neoplasia intraepitelial biliar de alto grau em regiões peritonizadas e não peritonizadas da vesícula biliar. Obteve-se uma ressecção R0. Paciente estadio IIIA, segundo a classificação TNM. Evoluiu de forma satisfatória sendo encaminhado para o setor de oncologia clínica onde segue em quimio/radioterapia. Discussão: O câncer da vesícula biliar (CVB) é raro representando de 0,76 a 1,2% de todas as neoplasias. Sua maior ocorrência em mulheres e idade superior aos 65 anos. A natureza biológica agressiva do tumor, associado à extensa drenagem linfática da vesícula biliar, frequentemente resulta em rápida progressão da doença. A maioria dos casos (85-90%) é adenocarcinoma e apenas sua minoria (10%) localiza-se no colo. A remoção cirúrgica completa oferece a melhor chance de cura no momento. Os critérios de ressecabilidade raramente têm sido abordados na literatura, entretanto, a perda de peso e a icterícia na apresentação são preditores negativos. O envolvimento linfonodal continua sendo um forte fator de prognóstico. Apesar da melhoria das taxas de mortalidade, a morbidade continua alta. As taxas de sobrevida aos cinco anos após a ressecção estão relacionadas com o tumor (90%-T1,60%-T2,25%-T3 e <10%-T4). A chance de cura aumenta com a possibilidade de ressecção cirúrgica, que depende basicamente do estadiamento da doença no momento do diagnóstico. Comentários finais: Pela raridade e inespecificidade o CVB possui baixas taxas de diagnóstico pré-operatórias. No caso relatado, a dificuldade foi maior porque a clínica e a ColangioRM eram sugestivas de colangiocarcinoma sendo diferenciado através do resultado do anatomopatológico.


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    FERNANDA PAULA SCHAFER

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    Article published online:
    10 July 2025

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