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DOI: 10.1055/s-0044-1797035
TROMBOSE TUMORAL DE VEIA PORTA EM METASTASE HEPÁTICA COLORRETAL
Introdução: A ocorrência de invasão tumoral microscópica em ramos portais intrahepáticos é identificada em 20% dos casos de metástases hepáticas colorretais (MCR). Entretanto, é rara a associação de MCR com trombose tumoral macroscópica em ramos portais. A literatura é escassa em relação às características clínicas e prognóstico nos casos de trombose portal tumoral (TPT) em MCR, todavia não contraindica o tratamento cirúrgico. A ressecção cirúrgica completa na presença de TPT deve incluir preferencialmente o ramo portal afetado e os seus segmentos irrigados. Assim, é importante a identificação dessa situação no planejamento cirúrgico, pois a abordagem parenchymal sparing usualmente não pode ser utilizada. Apresentação do caso: Homem, 67 anos, com neoplasia de sigmoide e metástases hepáticas sincrônicas volumosas em segmentos 5, 6 e 7, com aparente invasão de veia cava por lesão do segmento 6 e possível invasão de ramo portal do setor posterior direito. Foi submetido à ressecção tumoral primária (T4N1M1) e quimioterapia (FOLFOX) pós-operatória. Apresentou boa resposta, com redução do tamanho das lesões. Foi submetido à hepatectomia direita regrada associada à ressecção de segmento lateral de veia cava. Foi identificado trombo tumoral se estendendo pelo ramo portal do setor posterior direito. Pós-operatório sem intercorrências. Por suspeita de recidiva de tuberculose pulmonar, não reiniciou quimioterapia, apresentando recidiva da neoplasia - múltiplos nódulos distribuídos no fígado remanescente. Evoluiu rapidamente com icterícia, falência hepática e óbito 7 meses após a hepatectomia. Discussão: Apesar da raridade de TPT macroscópica associada à MCR, esta parece ocorrer mais em lesões hepáticas metacrônicas e em contiguidade à lesão metastática. O tamanho da metás-tase é variado, incidindo mesmo em lesões pequenas. A suspeita ou diagnóstico definitivo no pré-operatório é essencial para o planejamento cirúrgico. O ecodo-ppler parece ser o método mais sensível, mas os exames contrastados de TC e RM possuem boa acurácia. O tratamento curativo das MCR é baseado na ressec-ção cirúrgica completa e ressecção R0, independente da margem obtida, é considerada adequada. Comentários finais: A enucleação de múltiplas MCR tem sido possível com a preservação de parênquima. Entretanto, nos casos de invasão tumoral macroscópica de ramos portais, a ressecção hepática deve idealmente incluir todos os segmentos irrigados pelo ramo portal envolvido, sendo crucial seu diagnóstico.
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10 July 2025
© 2017. This is an Open Access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.
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