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DOI: 10.1055/s-0044-1797075
ANGIOSSARCOMA CUTÂNEO ASSOCIADO A LINFEDEMA CRÔNICO – RELATO DE CASO
Apresentação do caso: JSN, 55 anos, diabético. Procurou o serviço de Cirurgia Oncológica apresentando lesão tumoral vegetante, úlcero-necrótica, purulenta, indolor e com linfedema em membro superior esquerdo (MSE). Tomografia Computadorizada (TC) de MSE evidenciou volumosa lesão expansiva vegetante envolvendo terço médio do MSE, medindo 10 cm, acometendo o plano cutâneo e com pequeno componente que se estende aos planos subcutâneos e musculares. No estadiamento não foi evidenciado lesões à distância. Foi submetido a amputação do MSE com biópsia evidenciando neoplasia maligna de células fusiformes e epite-lioides, com infiltração de derme, epiderme e hipoderme e partes moles profundas presentes, sem infiltração óssea, porém margem de ressecção de partes moles próxima. A Imuno-histoquímica revelou angiossarcoma de células epitelioides e fusiformes grau III. Após 3 meses de cirurgia, apresenta lesões nodulares infiltrativas e sangrantes em coto cirúrgico, sendo submetido a desarticulação de clavícula e escápula com esvaziamento e retalho. Teve boa evolução no pós-operatório e alta hospitalar para seguimento clínico. Discussão: O angiossarcoma cutâneo é um tumor raro, agressivo, de origem vascular. Representa menos de 2% dos sarcomas de partes moles e afeta preferencialmente cabeça e pescoço de homens idosos. Dependendo da extensão da doença, a ressecação cirúrgica com margens livres é o tratamento idealizado. Os angiossarcomas associados a linfedema crônico se apresentam como nódulos violáceos coalescentes ou placas endurecidas, tendo como plano de fundo vigoroso edema, sem cacifo. Mais de 90 % surgem após mastectomia e linfedenectomia. A excisão cirúrgica com margens amplas é indicada. O prognóstico é reservado com alta taxa de recorrência local, 84 % em 5 anos, e tendência a disseminação sistêmica. O paciente não tinha história de câncer mamário, mas apresentava lesões características e mesmo com o tratamento de escolha teve recidiva local após 3 meses. Conclusão: A forma agressiva e recidiva precoce do tumor, saindo da evolução tradicional, denotam a raridade e mau prognóstico do caso. Dessa forma, o seguimento clínico e a avaliação seriada são fundamentais para detecção precoce de recidivas e metástases e para maior sobrevida.
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10 July 2025
© 2017. This is an Open Access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.
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