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DOI: 10.1055/s-0044-1797151
NEOPLASIA METASTÁTICA NA COLUNA CERVICAL - RELATO DE CASO
Apresentação do caso: Paciente, 80 anos, sexo masculino, admitido com história de queda há dois meses evoluindo com perda de força nos quatro membros e dor cervical irradiada para membros superiores, sem dermátomo específico. Ao exame físico, tetraparesia proximal grau 2, hiperrflexia nos quatro membros, Hoffman positivo bilateral, Babinski positivo bilateral e clônus positivo bilateral. Realizou-se uma ressonância magnética em coluna lombo-sacra, que evidenciou estenose do canal medular lombar e tumor cervical C3-C4-C5. Realizou-se laminectomia e biopsia da lesão. Na macroscopia, foram encontrados vários fragmentos irregulares de tecido acastanhado, medindo em conjunto 5, 0 x 4,0 x 1,5 cm e, na microscopia, neoplasia de células claras infiltrando tecido fibroadiposo e muscular esquelético. Fez-se um estudo imuno-histoquímico que trouxe como Conclusão: carcinoma renal de células claras metastático. Realizou-se procedimento neurocirúrgico e não houve intercorrências em sua execução. Paciente evoluiu com melhora dos déficits neurológicos. Recebeu alta, com suspensão das atividades laborais por tempo indeterminado, prescrição de Ciclobenzaprina 10mg e Profenid 100mg, encaminhamento para fisioterapia motora e acompanhamento ambulatorial com equipe de neurocirurgia. Discussão: O carcinoma renal (CCR) é um tumor relativamente raro, com uma incidência de 9, 6 por 100.000 (aproximadamente 3% dos tumores malignos). Seu principal tipo histológico é o carcinoma de células claras (70-80% dos casos), outros tipos incluem: carcinoma papilar, cromófobo, originários dos ductos coletores e variantes sarcomatóides. A metástase do CCR para a coluna vertebral é rara, e, quando ocorre, sua principal manifestação é a dor. As metástases na coluna vertebral ocorrem usualmente por meio da disseminação hematogênica, linfática, liquórica ou invasão direta por contiguidade. As lesões sintomáticas são localizadas em 70% dos casos na coluna torácica, 20% na região lombossacra, 10% na região cervical e são múltiplas em 17-30% dos pacientes. Conclusão: O tratamento da metástase na coluna vertebral deve ser individualizado e multidisciplinar envolvendo neurocirurgião, oncologista, cirurgião oncológico, especialista em dor, entre outros. A escolha da modalidade terapêutica deve basear-se: na condição clínica e neurológica do paciente, expectativa de vida, grau de comprometimento da coluna e tipo histológico da neoplasia.
No conflict of interest has been declared by the author(s).
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10 July 2025
© 2017. This is an Open Access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.
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