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CC BY 4.0 · Brazilian Journal of Oncology 2017; 13(S 01): 1-233
DOI: 10.1055/s-0044-1797157
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TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA

HISTERECTOMIA ALIADA À OOFORECTOMIA: UMA ANÁLISE CLÍNICA E PATOLÓGICA

Frederico Barcellos Borges Malburg
1   FUNDAÇÃO TÉCNICO EDUCACIONAL SOUZA MARQUES
,
Athina Salim Saud
1   FUNDAÇÃO TÉCNICO EDUCACIONAL SOUZA MARQUES
,
Deborah Braga da Cunha
1   FUNDAÇÃO TÉCNICO EDUCACIONAL SOUZA MARQUES
,
Catarina de Queiros Mattoso Mocelin
1   FUNDAÇÃO TÉCNICO EDUCACIONAL SOUZA MARQUES
,
Giovanna Chalom
1   FUNDAÇÃO TÉCNICO EDUCACIONAL SOUZA MARQUES
› Author Affiliations
 

    Introdução: A histerectomia é a segunda cirurgia feminina mais executada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e mais de 300 mil mulheres recebem recomendações para a realização de tal procedimento a cada ano no Brasil. Dentre suas técnicas cirúrgicas, uma de grande relevância clínica e patológica é a histerectomia aliada à ooforectomia, cujas indicações se mostram controversas, uma vez que, por meio dessa intervenção, embora seja realizada a profilaxia de doenças, a retirada dos ovários provoca sérios distúrbios sistêmicos. Objetivo: Analisar vantagens e desvantagens da realização da oo-forectomia aliada à histerectomia. Material e Método: revisão de literatura sobre o tema através da pesquisa nos sites Scielo e MedLine e análise de diretrizes brasileiras e internacionais. Resultados: Dentre suas vantagens, a ooforectomia bilateral permite a prevenção de determinadas patologias, como a dor pélvica crônica, os endometriomas, a síndrome do ovário residual e cistos no ovário. Além disso, promove a redução do risco de desenvolvimento de dois principais tipos de câncer nas mulheres: o de mama e o de ovário, especialmente quando estão envolvidas mutações nos genes BRCA-1 e BRCA-2. Somente a histerectomia reduz o risco de câncer de ovário em 50% e, quando associada a ooforec-tomia bilateral, o risco pode diminuir até, virtualmente, 0%, visto que os ovários são extraídos. Por outro lado, se realizada antes da menopausa, a ooforectomia bilateral provoca a queda brusca dos hormônios estrogênicos, estando fortemente ao aparecimento da osteoporose. Outras doenças, também, podem incidir em mulheres ooforectomizadas, como artrite, parkinsonismo e doença cardiovascular. Essa última pode vir acompanhada de diabetes tipo 2 e síndrome metabólica. Ademais, tendo em vista a carga emocional advinda da retirada de órgãos exclusivamente femininos, muitas mulheres passam a apresentar sintomas de depressão, além da diminuição da libido. Conclusão: a indicação da oofo-rectomia associada à histerectomia deve ser fruto de uma análise minuciosa através da abordagem centrada na paciente, considerando os efeitos adversos da cirurgia e a possibilidade da utilização da terapia hormonal com estrógenos para controle dos mesmos, considerando sempre a qualidade de vida da mulher.


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    Contato:

    FREDERICO BARCELLOS BORGES MALBURG

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    Article published online:
    10 July 2025

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