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DOI: 10.1055/s-0044-1797157
HISTERECTOMIA ALIADA À OOFORECTOMIA: UMA ANÁLISE CLÍNICA E PATOLÓGICA
Introdução: A histerectomia é a segunda cirurgia feminina mais executada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e mais de 300 mil mulheres recebem recomendações para a realização de tal procedimento a cada ano no Brasil. Dentre suas técnicas cirúrgicas, uma de grande relevância clínica e patológica é a histerectomia aliada à ooforectomia, cujas indicações se mostram controversas, uma vez que, por meio dessa intervenção, embora seja realizada a profilaxia de doenças, a retirada dos ovários provoca sérios distúrbios sistêmicos. Objetivo: Analisar vantagens e desvantagens da realização da oo-forectomia aliada à histerectomia. Material e Método: revisão de literatura sobre o tema através da pesquisa nos sites Scielo e MedLine e análise de diretrizes brasileiras e internacionais. Resultados: Dentre suas vantagens, a ooforectomia bilateral permite a prevenção de determinadas patologias, como a dor pélvica crônica, os endometriomas, a síndrome do ovário residual e cistos no ovário. Além disso, promove a redução do risco de desenvolvimento de dois principais tipos de câncer nas mulheres: o de mama e o de ovário, especialmente quando estão envolvidas mutações nos genes BRCA-1 e BRCA-2. Somente a histerectomia reduz o risco de câncer de ovário em 50% e, quando associada a ooforec-tomia bilateral, o risco pode diminuir até, virtualmente, 0%, visto que os ovários são extraídos. Por outro lado, se realizada antes da menopausa, a ooforectomia bilateral provoca a queda brusca dos hormônios estrogênicos, estando fortemente ao aparecimento da osteoporose. Outras doenças, também, podem incidir em mulheres ooforectomizadas, como artrite, parkinsonismo e doença cardiovascular. Essa última pode vir acompanhada de diabetes tipo 2 e síndrome metabólica. Ademais, tendo em vista a carga emocional advinda da retirada de órgãos exclusivamente femininos, muitas mulheres passam a apresentar sintomas de depressão, além da diminuição da libido. Conclusão: a indicação da oofo-rectomia associada à histerectomia deve ser fruto de uma análise minuciosa através da abordagem centrada na paciente, considerando os efeitos adversos da cirurgia e a possibilidade da utilização da terapia hormonal com estrógenos para controle dos mesmos, considerando sempre a qualidade de vida da mulher.
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10 July 2025
© 2017. This is an Open Access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.
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