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DOI: 10.1055/s-0044-1797260
SÍNDROME DE STEVENS-JOHNSON DEVIDO ASSOCIAÇÃO DE RADIOTERAPIA CEREBRAL TOTAL E FENITOÍNA: UM RELATO DE CASO
Apresentação do caso: SPN, 54 anos, sexo masculino, iniciou em 2011 com sintomas de emagrecimento e disfagia, sendo diagnosticado com carcinoma espinocelular de orofaringe – EC IV (região cervical e pulmões). Iniciou tratamento com quimioterapia (QT) paliativa, primeiramente com cisplatina e 5-FU, sem resposta ao tratamento e posteriormente realizou nova QT com paclitaxel e radioterapia (RT) 2D, no cobalto em tumor e massa ulcerada em região cervical 70Gy35frações. Suspenso RT na 11a fração devido início de sintomas neurológicos e evidenciada progressão para sistema nervoso central (SNC). Iniciado RT cerebral total, técnica 2D, com cobalto e dose de 37,5Gy/15frações. Durante o tratamento com RT estava também em uso de dexametasona e fenitoína, quando iniciou um quadro de eritema em região cervical e edema em face. Evoluiu com piora do eritema, disseminando para todo o corpo, sendo diagnosticado com síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) e suspenso a fenitoína e RT e internado para suporte clínico. Logo após o tratamento de suporte, apresentou melhora dos sintomas foi feito a troca do anticonvulsivante e optado por prosseguir com a RT. Paciente foi ao óbito meses depois devido à sua doença de base. Discussão: A Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) é uma farmacodermia grave, pouco frequente, acometendo a pele e mucosa, caracterizada por exantema eritematoso disseminado com elevada morbidade e mortalidade. É causada por hipersensibilidade a imunocomplexos e pode ser desencadeada principalmente ao uso de fármacos, dentre eles a fenitoína. A associação de RT intracraniana com fenitoína é um importante fator de risco para desencadeá-la. A RT induz o mecanismo etiopatogênico através da redução dos níveis da enzima epóxido hidrolase encarregada de metabolizar a fenitoína. Além disso, esse anticonvulsivante induz o citocromo P450 3A a reações oxidativas, que produzem radicais livres que estimulam então os linfócitos T, que seriam os responsáveis pelas lesões cutâneas. A reação cutânea ou a sua gravidade não tem relação com a dose tanto da fenitoína como da terapêutica da radiação e nem com o tipo histológico do tumor cerebral. Conclusão: Este relato de caso é relevante para lembrar que a SSJ que é uma emergência dermatológica de alta morbimortalidade e que a interação da RT com fenitoína pode ser um fator desencadeante e devastador, sendo importante o seu conhecimento para diagnóstico e intervenção precoce a fim de se evitar a morbi-mortalidade relacionada ao tratamento.
No conflict of interest has been declared by the author(s).
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Article published online:
10 July 2025
© 2017. This is an Open Access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.
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