Open Access
CC BY 4.0 · Brazilian Journal of Oncology 2017; 13(S 01): 1-86
DOI: 10.1055/s-0044-1797274
POSTER
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA

EXISTE CORRELAÇÃO ENTRE A SOBREVIDA GLOBAL E O PERFIL DE MUTAÇÃO DOS GENES IDH1 E TERT NO GLIOMA DE ALTO GRAU?

Danilo Nascimento Salviano Gomes
,
Isabela Cortez Cucolicchio
,
Sergio Vicente Serrano
,
Rui Manuel Reis
,
Adriana Cruvinel Carloni
,
Maria Luisa Spina
,
Allan Dias Polverini
,
Caio A. Dantas Pereira
,
Luciano Neder
,
Diego de Souza Lima Fonseca
,
Marcos Duarte de Mattos
,
Allisson Bruno Barcelos Borges
 

    Introdução: Apesar do avanço nas últimas décadas no tratamento dos gliomas de alto grau, a sobrevida global mediana ainda permanece aquém de outras neoplasias. Alguns marcadores genéticos/moleculares surgem como fatores prognósticos importantes para a personalização do tratamento. Objetivo: O objetivo primário foi avaliar o impacto na sobrevida global (SG) de mutações no IDH1 e TERT em pacientes com glioma de alto grau. Os objetivos secundários foram avaliar a correlação da SG com o uso de radioterapia (RT) bem como a técnica utilizada, regime de quimioterapia (QT concomitante ou seqüencial) e a extensão da cirurgia (ressecção total, parcial ou biópsia). Métodos: Foram analisados o perfil de mutação nos genes IDH1 e TERT em 136 pacientes portadores de gliomas tratados de 2000 a 2013. Destes, 87 pacientes com gliomas de alto grau foram incluídos neste estudo. Para as análises de sobrevida, foram utilizadas as curvas de Kaplan-Meier com teste de Log-Rank e para a avaliação do Risco Relativo foi usado o modelo de Regressão de Cox, com nível de significância < 0,05. Resultados: Dos 87 pacientes, 82,8% foram classificados como GBM. A idade mediana foi de 54,3 anos e a mediana da SG foi de 17,7 meses. 19% dos tumores expressaram mutação do IDH e 81% eram IDH selvagem (WT). Pacientes com mutação IDH apresentaram melhor SG quando comparados aos IDH WT (mediana de SG 45,4 m vs.5,65 m., p <0,0001). A mutação TERT esteve presente em 59 pacientes e foi considerada um fator prognóstico adverso (SG mediana 5,52 m. vs.19,34 m. p <0,0001). Objetivos: Os objetivos secundários, a omissão da RT foi relacionada à redução da SG (mediana 1,7 meses vs 13,6 meses, p <0,0001). O uso de RT conformada (3D) teve um impacto favorável na SG quando comparado à RT 2D (16,48 m versus 5,32 m, p <0,0001). Os pacientes que receberam QT e RT apresentaram melhor SG do que aqueles que não receberam QT (19,07 m vs.3,42 m., p <0,0001), mas não houve diferença em SG comparando regimes concomitantes com sequenciais (p = 0,168). A extensão da ressecção cirúrgica não teve impacto na SG (p = 0,2). Conclusão: Na amostra analisada, a presença da mutação no IDH1 foi um fator prognóstico favorável, assim como a presença de mutação no TERT foi um fator prognóstico adverso. Apesar de não haver tratamentos específicos, essas informações podem ser importantes para a sinalização de fatores preditores de sobrevida em pacientes portadores de gliomas de alto grau.


    No conflict of interest has been declared by the author(s).

    Contato:

    DANILO NASCIMENTO SALVIANO GOMES

    Publication History

    Article published online:
    10 July 2025

    © 2017. This is an Open Access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.

    Thieme Revinter Publicações Ltda.
    Rua do Matoso 170, Rio de Janeiro, RJ, CEP 20270-135, Brazil