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CC BY 4.0 · Brazilian Journal of Oncology 2017; 13(S 01): 1-86
DOI: 10.1055/s-0044-1797306
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TEMÁRIO: RADIOTERAPIA

ANÁLISE DOS RESULTADOS DE RADIOTERAPIA E QUIMIOTERAPIA NEOADJUVANTE NO CÂNCER DE ESÔFAGO POTENCIALMENTE RESSECÁVEIS

Roberta Godoy de Souza Rosa
,
Luana Guerreiro
,
Antonio Cassio de Assis Pellizzon
,
Michael Jenwei Chen
,
Maria Leticia Gobo Silva
,
Guilherme Rocha Melo Gondim
,
Douglas Guedes de Castro
,
Henderson Ramos
,
Tharcisio Machado Coelho
,
Ricardo Cesar Fogaroli
 

    Introdução: O câncer de esôfago é uma neoplasia maligna com baixo índice de cura, apesar da melhoria das técnicas cirúrgicas e redução da mortalidade pós-operatória. O uso da neoadjuvância em tumores potencialmente ressecáveis apresentou uma nova perspectiva no tratamento desses pacientes. Objetivo: avaliar os desfechos oncológicos de pacientes portadores de câncer de esôfago do terço médio e distal submetidos à neoadjuvância. Métodos: análise retrospectiva uni- -institucional de prontuários de pacientes com câncer de esôfago potencialmente ressecáveis tratados com radioterapia neoadjuvante na dose de 41,4 Gy em 23 frações, concomitante à quimioterapia com carboplatina e paclitaxel. Resultados: de dezembro 2012 a janeiro 2016, 34 pacientes foram tratados com finalidade neoadjuvante: 22 (76,5%) com carcinoma espinocelular (CEC) e 8 (23,5%) com adenocarcinoma. Todos completaram o tratamento pré-operatório com quimio e radioterapia, sem pausas por toxicidade. Cinco pacientes (14,7%) recusaram tratamento cirúrgico após resposta completa evidenciada em biópsias realizadas através de endoscopia digestiva alta. Desses pacientes, quatro permaneceram vivos e dois sem evidência de doença. O intervalo de tempo médio após o término da neoadjuvância e realização da cirurgia foi de 72 dias (variação 31a 120). Dos 29 pacientes submetidos a cirurgia, 20 pacientes estavam vivos após seguimento mediano de 22,4 meses e 5 apresentaram recidiva a distancia, sem nenhuma recidiva local. Dez pacientes (34,5%) obtiveram resposta patológica completa, sendo que 80% destes eram portadores de CEC. Ressecção com margens microscópicas negativas foi observada em 89,6% dos casos. Com média de 22 linfonodos ressecados, 37,1% dos pacientes possuíam linfonodos comprometidos. Houve uma morte no pós-operatório devido a complicações pulmonares. A sobrevida mediana foi de 37,5 meses, sem diferença significativa entre as histologias (p=0,61). Para pacientes com resposta patológica completa, a sobrevida mediana foi de 39,6 meses e de 28,9 meses para os pacientes com resposta parcial (p=0,44). Recidiva à distância foi constatada em de 34,7% dos casos, sendo que destes 53,3% apresentavam linfonodos comprometidos. Conclusão: tratamento pré-operatório com quimio e radioterapia, apresenta resultados promissores. Nossos dados apontam que a terapêutica neoadjuvante pode contribuir para melhora na sobrevida dos pacientes com câncer de esôfago, com ganho em controle local e sobrevida.


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    Contato:

    ROBERTA GODOY DE SOUZA ROSA

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    Article published online:
    10 July 2025

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