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DOI: 10.1055/s-0044-1797310
AVALIAÇÃO DE HISTOGRAMA DOSEVOLUME E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DE PACIENTES COM SANGRAMENTO RETAL APÓS RADIOTERAPIA PARA CÂNCER DE PRÓSTATA
Introdução: toxicidade retal é uma das maiores preocupações em pacientes com câncer de próstata (CaP) tratados com radioterapia (RT). Apesar de não existir um único limite recomendado na literatura, o uso de histogramas dose-volume (DVH) vem sendo usado como referência para predizer probabilidade de toxicidade e diminuir sua ocorrência. Objetivo: avaliar os fatores associados a presença de sangramento retal (SR) em pacientes submetidos a RT para CaP. Métodos: análise retrospectiva uni-institucional de pacientes tratados com RT com técnica conformada (3D) ou intensidade modulada (IMRT), com doses entre 70 e 78Gy. Correlacionou-se a presença de SR tardio com as técnicas de tratamento, dados de DVH e clínicos. Foi realizada analise estatística utilizando testes de qui-quadrado e Breslow (Generalized Wilcoxon). Resultados: entre 2013 e 2016 foram tratados 1340 pacientes com CaP, com idade e seguimento medianos de 70 anos e 14 meses, respectivamente. Do total, 31 (2,3%) dos pacientes apresentaram SR sintomático confirmado por colonoscopia e classificados, segundo RTOG, como graus I-13 (41,9%), II-15 (48,4%) e III-3 (9,7%) pacientes, respectivamente. O intervalo entre o término da RT e o início do SR variou de 2,4 a 54 meses, com mediana de 11 meses. Observou-se que 22 (71%) dos pacientes com SR apresentavam Gleason>6; 23 (74,2%) PSA <10ng/ml e 20 (64,5%) T<T2b. Em relação às comorbidades, 14 (45,2%) pacientes tunham diabetes mellitus (DM); 21 (67,7%) hipertensão arterial sistêmica; 18 (58,1%) mais de uma comorbidade e 11 (35,5%) faziam uso de anticoagulantes orais. Na análise de dados dosimétricos, observou-se que nenhum dos pacientes violou as recomendações institucionais de DVH (V75<15%, V70<20%, V60<35%, V50<50%, V40<70%). Pacientes tratados com fase única e RT3D se associaram, com significância estatística, à presença de SR (p=0,014). Dos parâmetros clínicos, a presença de DM foi associado a ocorrência de SR (p=0,049), sendo que na análise multivariada observou- se um risco dobrado de SR (p=0.02) nos diabéticos. Conclusões: apesar do uso de DVH como referência e a permanência dos limites de dose nos níveis recomendados, existe um risco da ocorrência de SR em pacientes tratados com RT para CaP. Esse risco, apesar de baixo (2,3% em nossa casuística) tem impacto na qualidade de vida dos pacientes. Nossos resultados sugerem a necessidade de se atentar para a presença de DM e escolha de técnicas de tratamento mais elaboradas para se prevenir a ocorrência de SR.
No conflict of interest has been declared by the author(s).
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10 July 2025
© 2017. This is an Open Access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.
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