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CC BY 4.0 · Brazilian Journal of Oncology 2017; 13(S 01): 1-86
DOI: 10.1055/s-0044-1797395
APRESENTAÇÃO ORAL
TEMÁRIO: ENCONTRO DE RESIDENTES MÉDICOS

TEMPO PARA O INÍCIO DO TRATAMENTO DO CÂNCER EM SÃO PAULO, UMA SÉRIE HISTÓRICA DOS DADOS DA FOSP

Mateus Bringel Oliveira Duarte
,
Antonio Carlos Zuliani deOliveira
,
Elaine Fukumoto Vieira
,
Karime Isper Tonato
 

    Introdução: São estimados para o biênio 2016-2017 cerca de 420 mil casos de câncer não-melanoma no Brasil. O planejamento e a condução do paciente oncológico vão desde um diagnóstico acurado e precoce ao tratamento adequado em tempo hábil. O atraso no tratamento está associado a um impacto negativo na sobrevida. Objetivo: Avaliar o tempo entre o diagnóstico e o tratamento do câncer em São Paulo, Brasil. Métodos: Usando os dados da Fundação Oncocentro de São Paulo (FOSP), foram avaliados os intervalos de tempo entre o diagnóstico e o tratamento de pacientes com de câncer de brônquios e pulmão, colorretal, colo uterino, estômago, mama e próstata entre 2000 e 2013. Foram também avaliados quanto ao tipo de tratamento e se já apresentavam ou não diagnóstico à admissão Hospitalar. Resultados: Foram analisados 233461 casos de câncer entre 2000 e 2013, sendo 10% de brônquios e pulmão, 15% de colorretal, 12% colo de útero, 8% de estômago, 33% de mama e 22% de próstata. A amostra é constituída de 42% de homens, 94% de residentes de São Paulo e 54% com entrada no hospital registrador sem diagnóstico prévio. O tratamento cirúrgico foi realizado em 67%, radioterápico em 41% e quimioterápico 49% dos casos. No período analisado todas as neoplasias avaliadas apresentaram aumento do tempo para início de tratamento. O câncer de mama foi o que apresentou maior redução de tratamento em até 30 dias, de 54,3 % em 2000 para 24,6% em 2013, seguido pelo câncer colorretal de 65,8% para 40,6% no mesmo período. O câncer de próstata apresentou o maior aumento no dos que realizaram tratamento após 90 dias, de 26,7% em 2000 para 53,4% em 2013. O câncer de colo de útero foi a neoplasia com maior oscilação. Nos subgrupos por tipo de tratamento, todos apresentaram redução do percentual de tratamento em até 60 dias. Os piores resultados foram os que realizaram radioterapia para câncer colorretal, de 80,1% em 2000 para 43,5% em 2013. Houve ainda maior redução percentual de tratamento realizado em até 60 dias naqueles que não apresentavam diagnóstico na admissão. Conclusão: Nosso estudo indica uma tendência de aumento do intervalo de tempo entre o diagnóstico e o início de tratamento para as neoplasias mais incidentes no estado de São Paulo. O caráter observacional, retrospectivo e a avaliação ao mesmo tempo de 6 grupos de neoplasias comprometem a capacidade de análise de causas. Apesar disto, o estudo um grande entrave no tratamento do câncer em São Paulo.


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    Contato:

    MATEUS BRINGEL OLIVEIRA DUARTE

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    Article published online:
    10 July 2025

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