RETALHO PEDICULADO TEMPOROFRONTAL - RELATO DE CASO

Apresentação do caso: Paciente JLAL, 51 anos, branco, masculino, atendido no Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), apresentando lesão invasiva dos seios da face à esquerda, havendo comprometimento de assoalho da órbita e osso maxilar, com evolução de cerca de 1 ano, tendo sido previamente tratado com 25 sessões de Radioterapia e 6 procedimentos cirúrgicos. Evoluiu para cirurgia de maxilectomia esquerda + exanteração de órbita esquerda com reconstrução imediata pela cirurgia plástica. Resultados: anatomopatológicos evidenciaram um carcinoma epidermoide invasivo ulcerado bem diferenciado, com comprometimento de osso maxilar e mucosa de seio maxilar, sendo as margens comprometidas e orientada nova ressecção. A técnica de escolha para a reconstrução imediata foi o retalho frontal com pedículo temporal associada a enxerto de pele total em região frontal, tendo sido a área supraclavicular esquerda a doadora. Discussão: O retalho temporofrontal (RTF) ou retalho frontal com base temporal é um retalho miocutâneo pediculado (pele da região frontal e músculo frontal subjacente), fundamentalmente irrigado pela artéria temporal superficial, ramo da artéria carótida externa. A sua viabilidade é mantida por uma conexão vascular temporária ou definitiva, sendo aplicado quando a reconstrução primária é inviável. O RTF é utilizado principalmente pela cirurgia plástica e pela cirurgia de cabeça e pescoço em um grande número de reconstruções no segmento cabeça e pescoço além da cavidade orbitaria, como a região geniana, jugal, assoalho da boca, etc. Tais regiões são reconstruídas principalmente por terem sido previamente afetadas por grandes tumores que foram manipulados e deixaram graves sequelas. Atualmente o RTF não é mais o padrão-ouro na cirurgia reparadora, sendo este posto ocupado pela microcirurgia. Todavia, esta é muito onerosa, sendo contraindicada em casos nos quais o paciente é portador de comorbidades, devido ao grande tempo cirúrgico. Por isso, a RTF ainda é muito utilizada em diversos serviços no país. Conclusão: Apesar da reconhecida deformidade gerada pela RTF, esta ainda demonstra grande efetividade para resolução de casos complexos de reconstrução pós tumorectomia em face por ser um retalho de fácil reconstrução, reprodutível, com poucas complicações e de baixo custo.

 

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Article published online:
10 July 2025