CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2012; 31(01): 22-27
DOI: 10.1055/s-0038-1625654
Artigos Originais
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Morte encefálica: diagnóstico possível sem utilização de exames complementares

Brain death: possible diagnosis without complementary exams
Fernanda de Paula Pimenta
,
Bárbara Rios Vellasco Amorim
,
Ledismar José Silva
Further Information

Publication History

Publication Date:
11 January 2018 (online)

Resumo

Objetivo: A necessidade da utilização de testes confirmatórios para o diagnóstico de morte encefálica vem sendo questionada nos últimos tempos. Acredita-se que o exame clínico completo, realizado de acordo com o protocolo do Conselho Federal de Medicina, seja suficiente para constatar a ausência irreversível de função no tronco encefálico. Assim, este estudo teve como objetivo averiguar a real necessidade da utilização de exames complementares no diagnóstico de morte encefálica. Método: Foi realizado estudo prospectivo analisando os prontuários de pacientes que receberam diagnóstico de morte encefálica desde a abertura do protocolo até a realização dos exames clínicos completos e exame complementar (Doppler transcraniano). Resultados: Não foi registrado nenhum caso de recuperação da função cortical e/ou do tronco cerebral após o diagnóstico de morte encefálica utilizando os critérios clínicos. A dificuldade para a realização do Doppler transcraniano e as falhas inerentes ao exame contribuíram para tornar mais lento o diagnóstico. Conclusão: É possível diagnosticar morte encefálica apenas utilizando exame clínico completo, sem a necessidade de exames complementares.

Abstract

Objective: The need to use confirmatory tests for brain death diagnosis has been questioned lately. It is believed that a full clinical examination, performed according to the protocol of brain death diagnosis of the Brazilian National Council of Medicine, is sufficient to certify the irreversible loss of brain-stem function. Therefore, this study aimed to verify the real need to use complementary exams for brain death diagnosis. Method: We carried out a prospective study analyzing the files of patients with brain death diagnoses since the beginning of the protocol and that underwent a full clinical examination and transcranial Doppler as a complementary exam. Results: No cases of cortical and/or brain-stem function recovery after brain death diagnosis using clinical criteria were registered. Difficulty to perform transcranial Doppler and failures inherent to the exam contributed to late diagnosis. Conclusion: It is possible to diagnose brain death only using a full clinical examination, with no need to perform complementary exams.

1Acadêmica de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Goiânia, GO, Brasil.


2Neurocirurgião e docente do Departamento de Medicina da PUC-GO, Goiânia, GO, Brasil.