CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672498
E-Poster – Spine
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Avaliação epidemiológica e de prognóstico no tratamento de tumores intrarraquidianos intradurais

Abraão Wagner Pessoa Ximenes
1   Hospital da Restauração
,
Renata Raizza Monterazzo Cysneiros
1   Hospital da Restauração
,
Maria Carolina Neiva Mendonça
1   Hospital da Restauração
,
Juliano Rodrigues Chaves
1   Hospital da Restauração
,
Deoclides Lima Bezerra Júnior
1   Hospital da Restauração
,
Geraldo de Sá Carneiro Filho
1   Hospital da Restauração
,
Hildo Cirne de Azevedo Filho
1   Hospital da Restauração
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Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Os tumores primários da medula espinhal são dez vezes menos frequentes que os intracranianos, porém podem causar morbidade significativa em termos de disfunção dos membros e também estar associados com mortalidade. A ressonância magnética desempenha papel central na avaliação por imagem de tumores intrarraquidianos, classificando-os como extradural, intradural-extramedular ou intramedular, uma vez que a histologia tumoral varia de acordo com a localização. O estado clínico e neurológico pré-operatório do paciente, bem como a histologia tumoral são duas das variáveis mais importantes que determinam prognóstico após tratamento dessas lesões. Além disso, há variedade quanto à duração e à gravidade de sintomas na apresentação e diagnóstico do quadro. O objetivo principal deste estudo é avaliar o perfil epidemiológico e prognóstico dos pacientes submetidos a tratamento cirúrgico de tumores intradurais em um serviço de referência, de forma que seja possível desenvolver estratégias para diagnóstico e conduta precoces. Para tanto, foi realizada análise retrospectiva de prontuários dos pacientes submetidos à neurocirurgia para ressecção de tumores medulares entre 2011 e 2015, incluindo dados epidemiológicos, dados operatórios e de exames de imagem, histopatologia e exame neurológico pré-operatório e na alta hospitalar. Durante período de 5 anos, 60 pacientes foram submetidos à ressecção de tumores intrarraquidianos, cuja localização foi extradural (17%), intra e extradural (7%), intradural-extramedular (51%) ou intramedular (25%). Cerca de 15% dos tumores intrarraquiadianos não tiveram histologia conclusiva. Os principais tumores no espaço intradural extramedular foram os schwannomas (39%) e meningiomas (35%), seguidos dos ependimomas de filum terminale (13%). Com relação aos tumores intradurais intramedulares predominaram gliomas, como os ependimomas (37%) e astrocitomas (19%). A evolução neurológica dos pacientes com tumores intradurais extramedulares à alta hospitalar foi de melhora em 15 pacientes (48,4%); estabilidade em oito casos (25,8%) e piora em 22,6%, com um óbito relatado. De forma semelhante, entre os tumores intramedulares houve melhora em sete pacientes (46,7%); estabilidade em relação ao pré-operatório em cinco (33,3%); e piora em três (20%). A maioria dos tumores intradurais são benignos, de forma que o diagnóstico precoce e tratamento cirúrgico agressivo, quando possível, otimizam o manejo destas neoplasias.