CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672507
E-Poster – Spine
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Monitoração neurofisiológica intraoperatória na abordagem dos ependimomas intramedulares: série de casos

Ana Carolina Zortea Pacheco
1   Faculdade Multivix
,
Paulo de Melo Jacques
2   Instituto Neurológico do Espírito Santo
,
Lucas Loss Possatti
2   Instituto Neurológico do Espírito Santo
,
Rafael Stein Rosseto
2   Instituto Neurológico do Espírito Santo
,
Leonardo Bilich Abaurre
2   Instituto Neurológico do Espírito Santo
,
Maria Rufina Barros
2   Instituto Neurológico do Espírito Santo
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Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Apresentação de caso: Relata-se uma série de quatro pacientes que apresentaram sinais e sintomas de compressão medular cujos exames de imagem (Ressonância Nuclear Magnética de coluna) evidenciaram tratar-se de ependimoma em topografia intramedular. Estes pacientes foram submetidos à exérese completa dos tumores para a qual utilizou-se da monitoração neurofisiológica intraoperatória e a estabilização posterior da coluna no mesmo ato operatório. Os pacientes tiveram boa evolução pós-operatória e melhora do quadro clínico.

Discussão:Os ependimomas são os tumores neuroepiteliais mais comuns da medula espinhal e ocorrem tanto em crianças quanto em adultos com uma distribuição semelhante entre os sexos. O envolvimento das vias autonômicas descendentes, que estão posicionadas entre os tratos corticoespinhal e espinotalâmico, pode causar tanto distúrbios simpáticos, quanto parassimpáticos abaixo do nível da lesão. Diversas alterações moleculares foram relatadas nestes tumores, incluindo perdas alélicas nos cromossomos 10, 17 e 22 e mutações no gene NF2, relacionado com a Neurofibromatose tipo 2 (NF-2). A ressecção total do tumor com radioterapia adjuvante foi aceita como tratamento ideal para os ependimomas espinhais. O conhecimento adequado da anatomia e o uso correto das técnicas microcirúrgicas permitiram a ressecção total desses tumores com mínima morbidade e máxima recuperação funcional. O risco de deterioração funcional após a cirurgia, incluindo dor neuropática, deve ser seriamente levado em consideração, pois afeta significativamente a qualidade de vida do paciente. Um melhor equilíbrio entre o controle do tumor e a preservação funcional pode ser alcançado não apenas pela técnica ou perícia cirúrgica, mas também pela monitoração neurofisiológica e cuidados pós-operatórios. Além disso, a fixação da coluna permite estabilidade no pós-operatório e reduz a ocorrência de complicações articulares. Recomenda-se um acompanhamento clínico e radiológico devido ao potencial de transformação anaplásica, recidiva ou metástase.

Comentários finais: Com base nos dados apontados pela literatura médica, evidencia-se a necessidade de novos estudos a respeito do tema, visando, por meio da medicina baseada em evidências, a busca pelos melhores cuidados clínicos e técnicas cirúrgicas para o tratamento dos ependimomas intramedulares e a minimização dos danos ao paciente.