CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672530
E-Poster – Spine
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Fratura do processo odontoide: série de casos e perfil de pacientes em serviço de neurocirurgia

Felipe Franco Pinto
1   FURG
,
Joel Machado
2   Hospital Pompeia
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Este estudo analisa retrospectivamente 11 casos de fratura do processo odontoide tratados cirurgicamente no Hospital Pompéia entre os anos de 2012 a 2018. Apresenta como objetivo analisar o perfil de paciente deste serviço de neurocirurgia e avaliar as características epidemiológicas quanto a esta patologia. No presente estudo estratificamos os pacientes sob idade, sexo, energia cinética do trauma, classificação de AO/Anderson e D’Alonzo, tipo de tratamento cirúrgico, período de internação, pós-operatório, sintomas e déficit neurológico. Foram analisados os prontuários eletrônicos de todos pacientes, de forma retrospectiva, e realizada revisão de imagens de pré e pós-operatórios – todos com registros em sistema intra-hospitalar. A idade dos pacientes variou entre 26–88 anos – com média de 40 anos, sendo 8 homens e 3 mulheres. Período de internação variou entre 3 e 67 dias – com média de 21 dias, enquanto o período analisado de pós-operatório até a alta hospitalar variou entre 2 e 51 dias com média de 8 dias (1 paciente não participou de análise por motivo de óbito em internação). 81% dos pacientes apresentavam cervicalgia – 100% dos pacientes lúcidos – e todos se mantiveram sem déficit motor em pós-operatório, outros dois pacientes apresentaram fratura de membro associados além de cirurgia intracraniana com déficit relacionados a tais patologias associadas. Acidente de trânsito foi o trauma associado mais comum 72% (8 pacientes), uma queda de própria altura – em paciente idoso, e duas quedas de altura. A técnica de abordagem por via anterior com parafuso canulado foi realizada em 81% (9 casos) e via posterior com fixação por técnica de HARMS em 19% (2 casos). A classificação se apresentou do Tipo II em 9 dos 11 casos e tipo III em outros dois casos sendo mantido a conduta cirúrgica, sendo que neste estudo não foram computados os casos de tratamento conservador tratados no serviço. Desta forma o perfil do paciente com fratura do processo odontoide recebido neste serviço é de maneira geral um homem de meia-idade com trauma de grande impacto em sua história patológica com cervicalgia, sem déficit motor e com bom período pós-operatório.