CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672543
E-Poster – Spine
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Angioma cavernoso espinhal epidural solitário: relato de caso e revisão da literatura

Guilherme Henrique Weiler Ceccato
1   Universidade Federal do Paraná
,
Lucélio Henning Júnior
1   Universidade Federal do Paraná
,
Julyana Leoni do Prado
1   Universidade Federal do Paraná
,
Márcio Saquy Rassi
2   Hospital Universitário Evangélico de Curitiba
,
Luis Alencar Biurrum Borba
1   Universidade Federal do Paraná
2   Hospital Universitário Evangélico de Curitiba
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Apresentação de caso: Paciente do sexo masculino, 61 anos, com dor toracolombar progressiva de início há quatro anos com piora nos últimos dois anos, associada à irradiação paravertebral direita no nível da vértebra T4, admitido com sinal de Babinski bilateral. Ressonância magnética revelou lesão extradural posterior entre T6 e T7 com extensão foraminal à direita e compressão do saco dural. Após completa ressecção cirúrgica o diagnóstico de angioma cavernoso foi confirmado pela histopatologia. O paciente apresentou melhora notável da dor durante o acompanhamento, sem outros achados.

Discussão: angiomas cavernosos são malformações vasculares mais frequentemente encontradas na região supratentorial e raros na coluna vertebral, especialmente casos de angioma cavernoso epidural espinhal solitário (ACEES), visto em geral serem oriundos de um angioma vertebral. Extensa revisão de literatura foi realizada, encontrando-se pouco mais de 170 casos desde a primeira descrição em 1929. Usualmente ocorrem na porção posterior do canal vertebral com extensão foraminal, apresentando dor, paresia ou alterações sensitivas, havendo frequentemente associação de sintomas. Em geral o tempo médio até o diagnóstico é de um ano, porém manifestações abruptas podem ocorrer em virtude de sangramento da lesão. Na ressonância magnética comumente são ovalados e com contornos lobulados, isointensos em T1WI e hiperintensos em T2WI, com realce homogêneo pelo contraste. Ressecção cirúrgica é o tratamento de escolha e com ótimos resultados, em virtude de tenderem a progressivamente aumentar de tamanho ou sangrar desencadeando déficits agudos, situação em que o prognóstico é menos favorável.

Comentários finais: ACEESs são lesões raras e frequentemente mal diagnosticadas, devendo ser consideradas no diagnóstico diferencial a fim de se evitar sangramento intraoperatório inadvertido. Ressecção microcirúrgica é o tratamento de escolha, apresentando melhores resultados nos casos de evolução crônica.