CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672554
E-Poster – Spine
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Análise dos resultados cirúrgicos em pacientes portadores de mielopatia cervical espondilótica tratados em um centro de referência: avaliação epidemiológica e funcional

Jordan Câmara Moura
1   Hospital São José do Avaí
,
Jhoney Francieis Feitosa
1   Hospital São José do Avaí
,
Édson Bernaldino Neto
1   Hospital São José do Avaí
,
Henrique Alves Pinto Silva
1   Hospital São José do Avaí
,
Carlos Eugênio Monteiro de Barros
1   Hospital São José do Avaí
,
Bruno Coelho da Rocha Lázaro
1   Hospital São José do Avaí
,
Pedro Nunes Boechat
1   Hospital São José do Avaí
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Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

A mielopatia espondilótica cervical decorre do estreitamento do canal medular secundário a processo degenerativo, cursando com compressão e/ou isquemia da porção cervical da medula. É a causa mais comum de mielopatia e radiculopatia cervical no adulto. O quadro clínico é progressivo e insidioso cursando com síndrome do primeiro neurônio motor, alteração de sensitivas e esfincteriana. Estima-se que a incidência seja de 41/1.000.000 nos EUA. Considerando que os fatores de maior influência no prognóstico do paciente sejam o comprometimento neurológico, o tempo de evolução e a idade do paciente, a cirurgia deve ser indicada precocemente, podendo ser realizada por via anterior, posterior ou combinada. Para isso, deve ser avaliado individualmente cada caso a fim de se definir a melhor via de acesso. Foram avaliados 50 pacientes que realizaram cirurgia para descompressão medular cervical de 2011 a 2016 e coletados dados referente ao perfil socioeconômico, comorbidades, grau de satisfação e estado funcional dos pacientes, utilizando as escalas de JOA e Nurick no pré-operatório e na consulta de retorno após 6 meses. O objetivo do trabalho é identificar a melhora funcional do paciente após a descompressão cervical, utilizando as escalas de JOA e Nurick pré e pós-operatórias e correlacionar comorbidades, gêneros, condições socioeconômicas e grau de satisfação. A análise dos dados evidenciam os seguintes números: 67% homens; comorbidades: 45% tabagistas, 63% hipertensos, 18% diabéticos e 8% de doença arterial crônica; escolaridade: 10% analfabeto, 47% fundamental, 33% médio e 10% superior; renda familiar: 53% até 1 salário, 31% até 3 salários, 12% até 5 salários e 4% acima de 5 salários; grau de satisfação: 57% muito satisfeito, 33% satisfeitos e 10% insatisfeitos; e 84% referem que fariam novo procedimento cirúrgico e 16% não fariam. Observou-se que a média do Nurick e JOA pré e pós-operatória, foi de 2,95–2,41 e 9,73–11,59, respectivamente. Houve melhora do JOA em 30/50 (60%) dos pacientes, 4/50 (8%) permaneceram iguais e 16/50 (32%) apresentaram piora, da mesma forma o Nurick melhorou em 23/50 (46%), manteve-se igual em 18/50 (36%) e piorou em 9/50 (18%). Com os dados obtidos foi possível identificar que o grau de satisfação e a aceitação de uma nova cirurgia em homens foi maior (p < 0,05) e que a diferença entre o JOA pré e pós-operatórios foi estatisticamente significativa (p < 0,05), enquanto a diferença do Nurick não apresentou relevância estatística.