CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672561
E-Poster – Spine
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Hipertensão intracraniana idiopática associada com cistos perineurais sintomáticos: relato de dois casos

Leonardo Favi Bocca
1   Universidade Federal de São Paulo
,
Thiago Pereira Rodrigues
1   Universidade Federal de São Paulo
,
Mariana Athaniel Silva Rodrigues
2   Hospital Israelita Albert Einstein
,
Thiago Bortholin
1   Universidade Federal de São Paulo
,
Alexandre Israel Kochi Silva
1   Universidade Federal de São Paulo
,
Ítalo Capraro Suriano
1   Universidade Federal de São Paulo
,
Samuel Tau Zymberg
1   Universidade Federal de São Paulo
› Author Affiliations
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Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: Hipertensão intracraniana idiopática também denominada pseudotumor cerebral e hipertensão intracraniana benigna é uma doença caraterizada por hipertensão intracraniana sem lesão de massa ou aumento ventricular, sendo mais prevalente em mulheres em idade fértil e obesas. Os cistos de Tarlov são cistos preenchidos de líquido cerebrospinal que normalmente se posicionam próximos dos gânglios sensitivos dos nervos espinais. Não se sabe exatamente a etiologia destes cistos, porém alguns autores sugerem sua relação com aumento de pressão intracraniana.

Objetivo: Descreveremos dois casos de pacientes com cistos de Tarlov e hipertensão intracraniana idiopática, nos quais houve melhora dos cistos após a resolução da hipertensão intracraniana.

Metodologia/Resultados: caso 1 era uma mulher de 39 anos de idade com queixa de dor em queimação perianal e alteração de sensibilidade na região do períneo iniciada 2 meses antes da consulta inicial. Paciente ao exame tinha sobrepeso com IMC de 26 kg/m2 e hipoestesia em região perineal. Ao exame de ressonância magnética de crânio havia tortuosidade de nervos ópticos e sinal da sela túrcica vazia, enquanto que no exame lombossacro havia inúmeros cistos perineurais. Punção lombar confirmou pressão aumentada (32 mmHg). Paciente foi tratada com acetazolamida e teve resolução dos sintomas e normalização de pressão raquiana. Caso 2 era de uma mulher de 46 anos de idade com claudicação neurogênica e parestesias em queimação na região perineal iniciados há 6 meses da consulta médica. Também tinha sobrepeso, com IMC 29 kg/m2, com alodínia na região perineal ao exame. Em ressonância magnética tinha mesmos achados do caso anterior. Após punção lombar constatar hipertensão intracraniana (29 mmHg), fora foi iniciado tratamento com acetazolamida. Teve melhora importante dos sintomas e normalização da pressão intracraniana.

Conclusão: Embora não haja definitiva relação causal, esses achados associados à melhora dos sintomas radiculares após normalização de pressão intracraniana podem sugerir alguma forma de reposta à formação ou manutenção dos cistos. Outros estudos precisam ser realizados para responder melhor as questões levantadas.