CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672589
E-Poster – Spine
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Resultados pós-operatórios de artrodese cervical via anterior para tratamento de espondilodiscoartrose

Rafael Moura e Sucupira
1   Hospital Madre Teresa
,
Júlio César Corrêa Martins
1   Hospital Madre Teresa
,
Éder da Silva Rocha
1   Hospital Madre Teresa
,
Roberto Leal de Silveira
1   Hospital Madre Teresa
,
Marcelo Viana Rodrigues da Cunha
1   Hospital Madre Teresa
,
Gustavo Cardoso de Andrade
1   Hospital Madre Teresa
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: A espondilodiscoartrose cervical acomete aproximadamente 10% dos indivíduos aos 25 anos e até 95% das pessoas acima de 65 anos. Casos sintomáticos podem se manifestar com sinais de radiculopatia, mielopatia ou ambos. Artrodese cervical via anterior é um procedimento cirúrgico bem estabelecido para abordagem de espondilodiscoartrose cervical sintomática, com boa taxa de sucesso. Objetivo: Avaliar resultados pós-operatórios de paciente submetidos a artrodese cervical via anterior por espondilodiscoartrose em nossa instituição por um mesmo neurocirurgião.

Metodologia: Estudo retrospectivo de pacientes operados entre janeiro de 2013 e junho de 2017. Definiu-se como cirurgia index a primeira cirurgia de abordagem à coluna cervical à qual o paciente foi submetido. Como critério de seleção, foram incluídos pacientes portadores de espondilodiscoartrose em que a cirurgia index ocorreu no período descrito do estudo e foi realizada pelo mesmo neurocirurgião. Como critério de exclusão, foram retirados pacientes em que a cirurgia index foi anterior ao período de início do estudo, casos em que os dados de prontuário estavam incompletos e casos em que a indicação cirúrgica se deveu a doenças neoplásicas ou a traumatismo raquimedular. A seguir, realizou-se revisão de dados registrados no sistema informatizado de prontuários do hospital.

Resultado: O total foi de 88 pacientes. A média de idade foi de 52,2 anos, com desvio-padrão de 10,4, máximo de 80 anos e mínimo de 31 anos. Sintomas radiculares estavam presentes em 96,6% dos pacientes e sintomas medulares em 8,4%. O principal nível acometido foi C5C6 (87,5% dos pacientes), seguido por C6C7 (70,5%) e C4C5 (42,0%). A taxa de complicações foi de 12,5%, incluindo disfagia/disfonia, piora de cervicobraquialgia, surgimento ou manutenção de déficit motor, infecção de ferida operatória, abscesso cervical profundo, falha de instrumentação e trombose venosa profunda. Na análise por subgrupos, a taxa de complicação foi de 10,7% nos pacientes em que foram operados 1 ou 2 níveis, e 15,6% quando se operou três ou mais níveis, sem diferença estatisticamente significante (Teste exato de Fisher: p = 0,5193)

Conclusão: O presente estudo destaca-se por apresentar uma série de casos relevante de um mesmo neurocirurgião. A taxa de complicação geral foi de 12,5%, não havendo associação estatisticamente significante com o número de níveis operados.