CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672788
E-Poster – Oncology
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Craniotomia com paciente acordada para ressecção de astroblastoma em mulher jovem: relato de caso

Danilo Talacimon Barbosa
1   Hospital da Força Aérea do Galeão
,
Gustavo Augusto Porto Sereno Cabral
1   Hospital da Força Aérea do Galeão
,
Rafael Pereira Vaistman
1   Hospital da Força Aérea do Galeão
,
Rafael do Rego Barros Bittencourt Cunha
1   Hospital da Força Aérea do Galeão
,
João Kleskoski Junior
1   Hospital da Força Aérea do Galeão
,
Gustavo Pina dos Santos
1   Hospital da Força Aérea do Galeão
,
Otávio Gomes Lopes
1   Hospital da Força Aérea do Galeão
,
Luísa Borges de Sousa
1   Hospital da Força Aérea do Galeão
,
Alick Durão Moreira
1   Hospital da Força Aérea do Galeão
,
Jorge Luís Amorim Correa
1   Hospital da Força Aérea do Galeão
,
Rodrigo Sodré Calheiros da Silva
1   Hospital da Força Aérea do Galeão
,
Orlando Teixeira Maia Júnior
1   Hospital da Força Aérea do Galeão
› Institutsangaben
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Publikationsverlauf

Publikationsdatum:
06. September 2018 (online)

 

Apresentação de caso: Paciente do sexo feminino, 19 anos, apresentou cefaleia intensa holocraniana de instalação insidiosa associada a perda da fluência verbal e hemiparesia proporcionada no dimídio direito. Tomografia computadorizada (TC) de crânio com contraste e ressonância magnética (RM) de encéfalo com contraste evidenciaram lesão expansiva frontal esquerda sólido-cística próximo à área motora primária. Foi submetida à microcirurgia para ressecção tumoral acordada, com mapeamento cerebral intraoperatório, evoluindo satisfatoriamente. Recidiva tumoral em cerca de três meses, com nova abordagem cirúrgica, seguida de radioterapia e quimioterapia adjuvantes. Manteve acompanhamento ambulatorial regular, com exames de imagem seriados, sem sinais de recidiva de doença. Após 24 meses da segunda cirurgia, RM de encéfalo evidenciou nova recidiva local, além de nova lesão expansiva extra-axial junto à clinoide anterior esquerda. Esta lesão apresentou rápido aumento de volume em período de 3 semanas. A paciente foi submetida a ressecção microcirúrgica de ambas as lesões, sem intercorrências. Recebeu alta com hemiparesia grau I braquiocrural direita, ptose palpebral esquerda, perda da fluência verbal e formando frases simples com dificuldade. Os sintomas apresentaram discreta melhora evolutiva.

Discussão: Os astroblastomas são tumores neuroepiteliais de apresentação rara e origem incerta. Em geral, apresentam-se no hemisfério cerebral de adultos jovens e ocasionalmente em crianças. Representam em torno de 0,45 a 2,8% de todas as lesões expansivas neoplásicas cerebrais. À macroscopia são bem delimitados, sendo que à microscopia apresentam características bem definidas, como as psesudorosetas e hialinização perivascular. O termo astroblastoma denota um comportamento bimodal, ora sugerindo astrocitomas, ora gliomas de alto grau, e cuja gênese acredita-se ser derivada de uma célula que está em fase intermediária de desenvolvimento. Quando de alto grau, são de pior prognóstico com crescimento rápido e com potencial para recidivas. Neste caso o tratamento deve incluir a máxima ressecção do tumor e associar a radioterapia.

Comentários finais: Os astroblastomas são tumores raros. Sua apresentação radiológica apresenta dificuldades na identificação. Os tumores de alto grau devem ser tratados com ressecção total associada à radioterapia, dada a agressividade destas lesões.