Nanotecnologia em gliomas malignos

Apesar de toda a evolução tecnológica experimentada nos últimos 50 anos, os gliomas de alto grau ainda representam um desafio para a medicina moderna, permanecendo incuráveis, resultando em morte na totalidade dos casos tratados. A quimioterapia sistêmica empregando agentes alquilantes é um dos recursos utilizados para ampliar a taxa de sobrevivência dos pacientes, porém seu emprego costuma ser limitado devido aos efeitos tóxicos adversos, mesmo quando se empregam doses reconhecidamente terapêuticas. A nanotecnologia é capaz de configurar estruturas biológicas dotadas de elevado poder de difusão por barreiras biológicas e com grande afinidade por tecidos neoplásicos, fazendo dessas estruturas veículos particularmente úteis para direcionar com elevada especificidade substancias ativas até o interior de neoplasias. O presente trabalho faz uma explanação acerca do racional científico do método, exemplificado por resultados pré-clínicos empregando nanopartículas lipídica sólida frente à barreira hematoencefálica íntegra e lesada, revisando os principais sistemas disponíveis atualmente no tratamento de gliomas malignos.