CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672824
E-Poster – Oncology
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Implementação de um algoritmo diário para alta hospitalar precoce após ressecção de tumor cerebral

Iuri Santana Neville
1   Instituto do Câncer do Estado de São Paulo – HC FMUSP
,
Francisco Matos Ureña
2   Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Unversidade de São Paulo (HC FMUSP)
,
Davi Solla
2   Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Unversidade de São Paulo (HC FMUSP)
,
Wellingson Silva Paiva
3   Universidade de São Paulo
,
Guilherme Alves Lepski
3   Universidade de São Paulo
,
Carlo Emanuel Petitto
3   Universidade de São Paulo
,
Manoel Jacobsen Teixeira
3   Universidade de São Paulo
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: Os cuidados pós-operatórios em centros para o tratamento de doentes com câncer mudaram significativamente nas últimas décadas. Praticamente de forma universal, os hospitais vêm adotando protocolos institucionais para melhoria de qualidade e redução do tempo de internação hospitalar (TIH). Recentemente, nossa instituição adotou um algoritmo diário para alta hospitalar (ADAH). Assim, nós desenhamos um estudo do tipo coorte para avaliar se houve diferença no TIH após a adoção do ADAH em comparação ao manejo tradicional no pós-operatório de ressecção de tumor cerebral.

Métodos: Todos os pacientes submetidos à ressecção de tumor cerebral por um único neurocirurgião foram incluídos de forma consecutiva. Dados demográficos e variáveis relacionadas à cirurgia, complicações e desfechos clínicos até o 30° dia de pós-operatório foram coletadas e comparadas antes e após a implementação do ADAH. O registro do presente estudo no Comitê de Ética da nossa instituição é CAAE: 87064218.2.0000.0065.

Resultados: 61 pacientes foram incluídos no presente estudo (32 da fase anterior e 29 da fase posterior à introdução do ADAH). Os dados demográficos da linha de base foram similares em ambos os grupos. Após a implementação do ADAH observamos redução significativa do TIH (mediana de 5 vs 3 dias, p = 0,001). A proporção de pacientes que receberam alta hospitalar em até 48 h após a cirurgia aumentou de forma significativa após o ADAH (3,1 vs 44,8%; p < 0,001). As taxas de complicações leves e graves, taxa de reinternação hospitalar e retorno não planejado ao hospital no seguimento de 30 dias não foi diferente entre os dois grupos.

Conclusão: A adoção de um ADAH resultou em menor TIH e se mostrou seguro e custo-efetivo em pacientes submetidos à ressecção de tumor cerebral.