CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672860
E-Poster – Oncology
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Impacto do atraso cirúrgico sobre a morbimortalidade em pacientes portadores de tumores cerebrais malignos

Luciano José da Silveira Filho
1   Santa Casa de Ribeirão Preto
2   Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (USP)
,
Laura Menezes Silveira
1   Santa Casa de Ribeirão Preto
2   Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (USP)
,
George Santos dos Passos
1   Santa Casa de Ribeirão Preto
2   Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (USP)
,
Vitor Hugo Honorato Pereira
1   Santa Casa de Ribeirão Preto
2   Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (USP)
,
Jander Moreira Monteiro
1   Santa Casa de Ribeirão Preto
2   Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (USP)
,
William Lins Silva
1   Santa Casa de Ribeirão Preto
2   Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (USP)
,
Nicollas Nunes Rabelo
1   Santa Casa de Ribeirão Preto
2   Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (USP)
,
Luiz Antônio Araujo Dias
1   Santa Casa de Ribeirão Preto
2   Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (USP)
› Author Affiliations
Further Information

Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: Pacientes neurocirúrgicos oncológicos têm alto risco de complicações no perioperatório, além de altas taxas de morbimortalidade.

Objetivo: Avaliar a relação do tempo de espera para realização do procedimento neurocirúrgico com a presença de complicações perioperatórias e o reflexo no desfecho de pacientes com tumores cerebrais malignos.

Método: Estudo descritivo, retrospectivo, quantitativo, realizado em uma instituição referência em neurocirurgia. Incluídos pacientes com idade maior de 18 anos, diagnosticados com tumores intracranianos malignos no período de janeiro/2016 a abril/2018. Foram coletadas variáveis sociodemográficas e clínicas, e os dados foram analisados com auxílio de um software estatístico. Para análise, os pacientes foram divididos em 4 grupos de acordo com o tempo de espera.

Resultados: Foram incluídos 46 pacientes, com a média da idade de 59,8 anos, sendo 63% do sexo masculino. As neoplasias intracranianas foram divididas em metástases intracranianas (34%), gliomas de alto grau (63%) e meningioma grau III (2%). Entre os pacientes, 24% apresentaram complicações no pré-operatório e 39% após a cirurgia. As complicações mais frequentes nesse período foram infecções do trato urinário, pneumonia, distúrbios hidroeletrolíticos e sepse. A média de permanência hospitalar foi de 17,4 dias. Pacientes com tempo de espera para cirurgia menor ou igual a 5 dias apresentaram 33% de complicações, dos quais 20% foram a óbito; entre 6 e 10 dias de espera, 47% apresentaram complicações e 23% evoluíram a óbito; entre 11 e 15 dias de espera, 55% complicaram e 33% de óbitos. Todos os pacientes com tempo de espera > 15 dias apresentaram complicações e o percentual de mortes foi de 60%. O motivo do postergamento do ato cirúrgico foi a indisponibilidade de leitos em unidade de terapia intensiva em 54% dos casos. Adicionalmente, verificamos variáveis como o nível de consciência, idade e o tempo de início dos sintomas até o diagnóstico.

Conclusão: O percentual de complicações perioperatórias e o número de óbitos aumentou progressivamente conforme o tempo de espera para a cirurgia. Estes resultados evidenciam a necessidade de realização precoce do diagnóstico e da intervenção cirúrgica. Além disso, destacam-se questões críticas como a escassez de leitos de terapia intensiva no sistema de saúde, o que gera tempo de permanência hospitalar maiores, bem como maior risco para complicações hospitalares e, consequentemente, maiores custos sobre a saúde pública.