CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672872
E-Poster – Oncology
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Metástase espinhal de glioblastoma cerebral: relato de caso e revisão da literatura

Marcelo Quesado Filgueiras Filho
1   Biocor Instituto
,
Andrey Juliano Alencar Silva
1   Biocor Instituto
,
Marco Tulio Domingos da Silva Reis
1   Biocor Instituto
› Author Affiliations
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Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Introdução: O Glioblastoma é a neoplasia primária mais comum no sistema nervoso central. Metástase sintomática para a medula espinhal é um evento raro, no entanto, há um aumento de casos relatados nos últimos anos. Acredita-se que cerca de 25% dos pacientes desenvolvam metástase assintomática durante a evolução da doença, com base em estudos de necropsias. O primeiro caso foi relatado em 1931. Até 1978 havia apenas 14 casos bem descritos na literatura. Em 1990 uma série de 600 pacientes portadores de GBM mostrou uma incidência de 2% de disseminação liquórica.

Objetivo: Relatar caso de paciente com GBM que desenvolveu metástase em cone medular e cauda equina. Revisar a literatura a respeito de metástase de GBM.

Metodologia: Revisão de prontuário do paciente. Revisão da literatura realizada no portal NCBI com palavras chaves “Glioblastoma metastasis” e “SPINAL GLIOBLASTOMA”.

Resultados: Paciente masculino, 34 anos, com bradpsiquismo e cefaleia progressiva em maio/2016. Após crise convulsiva inédita, realizou tomografia e ressonância do encéfalo em jun/2016 que mostraram lesão expansiva temporo-insular esquerda, captação heterogênea, necrose central e edema perilesional. Ressecção parcial em julho/2016. Anátomopatológico: neoplasia maligna de alto grau. Imuno-histoquímica sugerindo GBM. Submetido a rádio e quimioterapia. Progressão da doença e disseminação encefálica em dez/2016. Iniciada segunda linha de quimioterapia em jan/2017, com ótima resposta e regressão considerável. Em jul/2017 apresentou lombalgia, seguida de retenção urinária e paraparesia progressiva, admitido com 7 dias de déficit. RM mostrou lesão expansiva intradural de T12 a L3 ocupando toda extensão do canal. Cirurgia de urgência em 28/07/17. Lesão infiltrativa do cone medular e das raízes neurais, sem presença de massa ressecável. Necessária amputação parcial do cone/cauda equina infiltrada para durorrafia. Pneumonia no pós-operatório, óbito em 09/08/2017 por insuficiência respiratória.

Conclusões: Prognóstico do GBM metastático é reservado, com óbito em 2 a 3 meses após o diagnóstico da metástase, independentemente do tratamento estabelecido. Tratamento é paliativo, sendo a radioterapia a principal modalidade para controle álgico, mas sem perspectiva de melhora neurológica. Cirurgia é restrita a casos em que há uma grande lesão focal com compressão medular e doença primária estável. Tratamento ideal ainda carece de estudos dada sua raridade, porém com as novas modalidades de tratamento há aumento da incidência.