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DOI: 10.1055/s-0043-1764696
MELANOMA DE CANAL ANAL: RELATO DE CASO OPERADO EM HOSPITAL ESCOLA DO PIAUÍ
Authors
Apresentação do Caso Paciente de 59 anos, do sexo masculino, sem comorbidades, com queixa de hematoquezia. O toque retal revelou lesão sangrante posterior de aspecto polipoide a cerca de 2 cm da margem anal. A investigação inicial com colonoscopia evidenciou tumor retal logo acima da linha pectínea, e o paciente foi encaminhado para ressecção transanal da lesão. A biópsia e a imuno-histoquímica diagnosticaram melanoma maligno, além de mucosa retal com flebectasia e fleboesclerose. O paciente foi submetido, posteriormente, a exames para estadiamento (TC de tórax e abdômen superior e RNM de pelve), nos quais foram encontrados nódulos pulmonar e hepático. No sexto dia de pós-operatório da ressecção da lesão, o paciente apresentava-se sem queixas, e, ao exame físico, a região cicatricial no canal anal posterior não tinha lesão visível. Realizou-se quimioterapia adjuvante, e o paciente atualmente está em seguimento com a oncologia clínica.
Discussão O melanoma de canal anal é uma neoplasia rara, geralmente diagnosticada já em estágios avançados, e com incidência aumentada com a idade. Representa menos de 1% de todos os melanomas, e é responsável por 4% das neoplasias anais. O diagnóstico é baseado no toque retal e na biópsia com coloração imuno-histoquímica. O prognóstico é ruim: cerca de 80% dos pacientes morrerão em 5 anos com metástase à distância, mesmo com o típico tratamento cirúrgico agressivo. A malignidade afeta o canal anal, o reto ou ambos, com a maioria dos tumores localizados a 6 cm da borda anal. A doença geralmente afeta caucasianos, mulheres e pacientes entre a quinta e oitava décadas de vida. Os sintomas geralmente são inespecíficos e, quando ocorrem, comumente apresentam-se como massa polipoide intraluminal ou espessamento da parede circunferencial com mínima infiltração perianal e ausência de obstrução colônica. O paciente do caso aqui relatado apresentava massa polipoide, achado comum no melanoma maligno anal primário. Ademais, metástases à distância estão presentes em até 90% dos casos com envolvimento linfonodal. A maioria dos pacientes com metástases à distância tem metástases hepáticas, seguidas de metástases pulmonares, o que está de acordo com o caso aqui relatado.
Comentários finais O melanoma anal é uma condição neoplásica rara com desfecho bastante desfavorável. A melhor expectativa de sobrevivência é concedida pela detecção precoce e remoção cirúrgica completa, conforme foi realizado neste caso. Faz-se mister o caminho positivo do paciente, que mais de um ano após o diagnóstico, encontra-se em bom estado geral.
Publication History
Article published online:
16 March 2023
© 2023. Sociedade Brasileira de Coloproctologia. This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution-NonDerivative-NonCommercial License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit. Contents may not be used for commecial purposes, or adapted, remixed, transformed or built upon. (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/)
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