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CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2023; 43(S 01): S1-S270
DOI: 10.1055/s-0044-1780957
Modalidade de apresentação: Pôster Eletrônico
Câncer do Cólon/Reto/Ânus

ABORDAGEM DE LESÃO URETRAL EM AMPUTAÇÃO ABDOMINOPERINEAL AMPLIADA EM PACIENTE EM DECÚBITO VENTRAL: UM RELATO DE CASO

Marco Antonio Miranda dos Santos
1   Instituto Mário Penna.
,
Ana Miranda Abi-Ackel
,
André Mendonça Palhares
,
Alice Duarte Paiva
,
Bettina Geber
,
Isabela de Oliveira Resende Neves
,
Laís Pereira Mendes
,
Lorena dos Santos Diniz
› Author Affiliations
 

marcoantoniomail@yahoo.com.br

Relato do Caso Relatamos o caso do paciente J.C.C, do sexo masculino, de 60 anos, que se queixava de hematoquezia e dor anal havia 1 ano. Foi realizada uma colonoscopia, e diagnosticou-se carcinoma de células escamosas na parede anterior de reto inferior a 2 cm da borda anal. Nos exames de estadiamento, evidenciou-se invasão de mesorreto. O paciente foi submetido a quimiorradioterapia neoadjuvante, com resposta clínica parcial e persistência da invasão de fáscia mesorretal, do terço médio. Em 25 de setembro de 2019, ele foi submetido a amputação abdominoperineal ampliada, e optou-se por tempo perineal com o paciente em decúbito ventral. Durante o procedimento cirúrgico, realizou-se dissecção de aderência entre a porção anterior do reto e a próstata, com margem macroscópica livre de tumor. Houve lesão inadvertida de uretra, de aproximadamente 1 cm, prontamente corrigida com sutura com PDS 4.0. O paciente evolui bem no pós-operatório, com retirada da sonda vesical de demora ambulatorialmente após quatro semanas, e seguiu em controle oncológico, sem sequelas urinárias.

Discussão A ressecção abdominoperineal é opção terapêutica em casos de doença recidivada ou avançada. Nas neoplasias anorretais, o tratamento quimiorradioterápico aumenta a dificuldade técnica da cirurgia, e pode levar a maior incidência de lesão uretral intra-operatória, que, na ressecção abdominoperineal, gira em torno de 1%, e ocorre durante o tempo de abordagem perineal. A abordagem preferencial de lesões pequenas é o reparo primário, o qual é facilitado pela posição ventral, que possibilita melhor visualização das estruturas pélvicas. Depois, mantém-se a sonda vesical por duas a quatro semanas para a adequada cicatrização. Caso não abordada, pode levar a complicações tardias: incontinência urinária, disfunção erétil e, principalmente, estenose de canal urinário. As lesões uretrais estão associadas a maior morbimortalidade, aumento de custos e duração das internações.

Considerações Finais Lesões uretrais são complicações pouco frequentes em ressecções abdominoperineais. A abordagem perineal em decúbito ventral propicia uma excelente visualização da face prostática, o que minimiza a ocorrência de lesões inadvertidas, e, se ocorrerem, são mais facilmente reparáveis.



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Article published online:
27 February 2024

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