Open Access
CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2023; 43(S 01): S1-S270
DOI: 10.1055/s-0044-1781076
Modalidade de apresentação: Pôster Eletrônico
Doença Inflamatória Intestinal

CÁPSULA ENDOSCÓPICA RETIDA EM SEGMENTO DE INTESTINO DELGADO COM SUBESTENOSE EM DOENÇA DE CROHN: RELATO DE CASO

Lays Rocha e Silva Modesto
1   Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão – SE, Brasil.
,
Ana Carolina Ribeiro Lisboa
,
Maria Tamires Oliveira Santana
,
Vinicius Lucio da Silva
,
Rodrigo Rocha Santiago
,
Alex Rodrigues Moura
,
Tatiana Quaresma Campos Silva Vidal
,
Fábio Ramos Teixeira
› Author Affiliations
 

lays_modesto@hotmail.com

Apresentação do Caso Relatamos o caso de uma paciente de 20 anos, do sexo feminino, diagnosticada havia 2 anos com doença de Crohn (DC). Abriu quadro com diarreia e atraso no desenvolvimento, e apresentava episódios recorrentes de constipação, associados a dor abdominal, fezes com muco e hematoquezia havia 8 anos. É portadora de enteropatia com perda proteica controlada, com prejuízo no crescimento e atraso puberal, e acompanhada com gastropediatria. Estava em uso de GH havia 5 anos, azatioprina havia 4 anos, e imunobiológicos havia 1 ano, inicialmente infliximabe, substituído por adalimumabe, além de períodos de corticoterapia por 3 anos. Exames laboratoriais revelaram elevados níveis de calprotectina fecal, anti-endomísio IgM, IgG e IgA, anti-transglutaminase IgG e IgA não reagentes – dados secundários. Radiológicos normais (entero-TC/RNM) paciente de difícil diagnóstico. Seu diagnóstico foi fechado.Cerca de dois anos antes, havia sido realizada enteroscopia por cápsula endoscópica (CE), que demonstrou linfangiectasia intestinal, erosões, úlceras e áreas de subestenose, com a mucosa do intestino delgado com aspecto sugestivo de DC. Não houve a saída da CE, confirmada pela RX. A paciente seguia com preparo para biológico, sem clínica obstrutiva. Ia várias vezes ao PS devido a dor abdominal. Depois de um ano, a CE ainda permanecia no abdome, inclusive após preparo para colonoscopia de controle da doença. Após 19 meses, optou-se por videolaparoscopia com estenoplastia, para a retirada da CE e a correção da estenose, revertida durante ato cirúrgico para enterotomia, devido a sangramento na cavidade abdominal, sendo vistas aderências de várias alças intestinais. No pós-operatório, evoluiu sem intercorrências.

Discussão Nas investigações de enteropatia perdedora de proteína, como DC, em que o delgado precisa de uma avaliação mais objetiva, a CE tem seu o papel diagnóstico. Sabemos da contraindicação dessa modalidade em casos de subestenoses de delgado. No entanto, a dor abdominal se confunde com sintomas da própria doença e, lançamos mão da CE. Raros são os casos de DC estenosante de delgado e com retenção de CE. Válido foi o risco, que infelizmente aconteceu; no entanto, fechou-se o diagnóstico e pôde-se iniciar seu tratamento adequadamente.

Comentários Finais O uso da CE mostra-se de grande utilidade na elucidação diagnóstica e no melhor direcionamento do manejo de doenças inflamatórias intestinais do delgado. O risco de retenção em subestenose é um desafio na prática clínica.



Publication History

Article published online:
27 February 2024

© 2024. Sociedade Brasileira de Coloproctologia. This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution-NonDerivative-NonCommercial License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit. Contents may not be used for commecial purposes, or adapted, remixed, transformed or built upon. (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/)

Thieme Revinter Publicações Ltda.
Rua do Matoso 170, Rio de Janeiro, RJ, CEP 20270-135, Brazil