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DOI: 10.1055/s-0044-1781103
O DESAFIO NO TRATAMENTO DA FÍSTULA RETOURETRAL
barbaratheobaldo@gmail.com
Apresentação do Caso Relatamos o caso de um paciente do sexo masculino, de 59 anos, com diagnóstico de adenocarcinoma de próstata em 2010, submetido a braquiterapia, com boa resposta. Apresentou recidiva em 2021, tratada por prostatectomia em 2022, e evoluiu com fístula retouretral no pós-operatório (PO). À RM, observou-se gás na bexiga e solução de continuidade na porção posterior da uretra junto ao trígono vesical de 7 mm. A colonoscopia evidenciou orifício de fístula na parede anterior do reto com inflamação importante e isquemia periorificial. Em junho de 2022, o paciente foi submetido a laparotomia para o desvio do trânsito fecal e confecção de colostomia terminal. Após seis meses, foi submetido a cirurgia com a Urologia e a Coloproctologia para a correção da fístula. Realizou-se dissecção pelas vias perineal e escrotal, com o paciente em litotomia, com construção de retalho do músculo dartos. Foi feita dissecção perineal cranial por 12 cm, com a identificação dos orifícios fistulosos no reto anterior e na anastomose uretrovesical. Realizou-se desbridamento do defeito retal (30 mm) com sutura com Vicryl 3-0. Foram realizados também posicionamento do retalho do dartos entre o reto e a uretra-bexiga e fixação acima do fechamento do reto (20 mm). Houve deiscência parcial da sutura de pele, corrigida pela Cirurgia Plástica. O paciente apresentou boa evolução.
Discussão A fístula retouretral é uma complicação rara da cirurgia de próstata ou retal, de trauma pélvico, de radiação ou de processo inflamatório. O manejo cirúrgico dessa complicação permanece controverso, e nenhuma técnica rende resultados bons o suficiente para ser considerada padrão. As técnicas mais utilizadas são os reparos locais, com ou sem transposição de tecido. O reparo local tem os benefícios de baixas morbidade e mortalidade, e a transposição de tecido acrescenta um tecido bem vascularizado, em uma área comprometida, para estimular a cicatrização. O retalho do dartos combina as vantagens do reparo local com transposição tecidual, visto que é bem vascularizado, e forma um septo completo entre o reto reparado e a uretra para preencher o espaço, apoiar a anastomose uretral, promover a cicatrização e, assim, prevenir a recorrência, sem lesar o reto posteriormente, como no reparo por via para-sacral.
Comentários Finais A utilização do retalho do Dartos é uma solução eficaz para o reparo da fístula retouretral, com bons resultados e baixo risco.
Publikationsverlauf
Artikel online veröffentlicht:
27. Februar 2024
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