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CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672638
E-Poster – Functional
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

A estimulação cerebral profunda unilateral na doença de Parkinson

Gustavo Veloso Lages
1   Santa Casa de Montes Claros
,
Adria Gabrielle Biondi Soares
1   Santa Casa de Montes Claros
,
Lara Souto Pinheiro
2   Faculdades Unidas do Norte de Minas
,
Vitória Beatriz Pádua Prenazzi
2   Faculdades Unidas do Norte de Minas
,
José Charles Balduíno Cardoso Filho
3   Faculdades Integradas Pitágoras
,
Matheus Vilas Boas Vieira Lopes
3   Faculdades Integradas Pitágoras
,
Maria Luiza Oliveira Lopes Teixeira
3   Faculdades Integradas Pitágoras
,
José Oswaldo Oliveira Junior
4   Hospital A.C. Camargo
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 
 

    Introdução: A Estimulação Cerebral Profunda (ECP) mostrou-se efetiva na melhora dos sintomas motores e não motores da Doença de Parkinson (DP). A abordagem cirúrgica bilateral no mesmo ato anestésico é consagrada como melhor opção terapêutica, entretanto, está associada a um maior risco de eventos adversos. A ECP unilateral é uma opção em pacientes com assimetria importante dos sintomas neurológicos; entretanto, o SUS nos obriga à realização do procedimento de forma unilateral em todos os pacientes, mesmo naqueles com sintomas bilateral, e em consequência disso, observamos melhoras expressivas dos sintomas ipsilateral à estimulação. Esta fisiopatologia não está completamente compreendida na literatura.

    Objetivo: Buscar uma explicação fisiopatológica e tentar compreender quais pacientes poderiam se beneficiar da estimulação exclusiva unilateral.

    Métodos: Foi realizada uma pesquisa de caráter qualitativo, descritiva, explorando artigos publicados entre 2004 e 2017, advindos de fontes bibliográficas como SciELO e Pubmed utilizando palavras-chave “parkinson disease”, “nuclei of the base; interconnections”, e revisão de prontuário de pacientes submetido à implantação de eletrodo no NST unilateralmente.

    Resultado: Este estudo foi realizado na Santa Casa de Montes Claros – MG. Estudamos uma série clínica de 29 pacientes consecutivos com idade média de 54 anos. Todos preenchiam os pré-requisitos estabelecidos na literatura e não apresentavam contraindicações para realização do procedimento; realizado o UPDRS e PDQ pré e pós-operatório. Todos os pacientes apresentavam algum grau de sintoma contralateral. Houve melhora estatística comparando o UPDRS e PDQ pré e pós-operatório; observada melhora motora bilateralmente de intensidades diferentes. A melhora homolateral à estimulação foi significativa e apenas cinco pacientes aceitaram e solicitaram a abordagem contralateral até o momento. Uma possível explicação são as conexões curtas do Gpi com GPi/GPe contralateral através da aderência intertalâmica e da comissura anterior, vias até então pouco comentadas, que foram identificadas em estudos recentes com RM do encéfalo, de alta resolução (7 tesla). Ainda podemos sugerir que a melhora clínica do tremor bilateral pode resultar da interação do circuito cerebelo-talâmico.

    Conclusão: A estimulação unilateral é uma opção para pacientes portadores de sintomas bilaterais sendo capaz de reduzir o risco associados ao procedimento, além de seu custo.


    No conflict of interest has been declared by the author(s).