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DOI: 10.1055/s-0038-1672932
Linfoma não Hodgkin de calota craniana: relato de caso
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Apresentação do caso: Paciente, sexo feminino, 44 anos, previamente hígida, com queixa de lesão tumoral em couro cabeludo mais perceptível há 2 meses, com crescimento rápido. Ao exame físico apresentava-se consciente, orientada no tempo e espaço, pares cranianos normais, sem déficit apendicular grosseiro, sem linfonodomegalia. Na investigação diagnóstica, a Tomografia de crânio evidenciou extensa lesão expansiva acometendo o osso frontoparietal esquerdo, espaço intracraniano e partes moles extracraniana. Aspecto neurorradiológico sugerindo implante secundário. Foi então internada em serviço de neurocirurgia e submetida à microcirurgia para exérese da lesão, remoção da dura-máter e osso infiltrados, sendo feita reconstrução com pericrânio e tela de titâneo. Resultado anatomopatológico revisado revelou tratar-se de Linfoma Não Hodgkin (LNH), e a imuno-histoquímica revelou LNH Difuso de Grandes Células, imunofenótipo B. No seguimento, foi submetida a quimioterapia (rituximabe, ciclofosfamida, doxorrubicina, vincristina e prednisona) e radioterapia. Atualmente encontra-se em acompanhamento ambulatorial.
Discussão: Os Linfomas não Hodgkin constituem, do ponto de vista anatomopatológico, um grupo heterogêneo de neoplasia. Correspondem a cerca de 4% das neoplasias que acometem seres humanos. Geralmente comprometem o tecido linfoide (linfonodos, baço e timo), mas em 25% das vezes, podem apresentar manifestações extranodais, atingindo mais frequentemente o estômago, pele, cavidade oral, intestino delgado e sistema nervoso central. O LNH com comprometimento ósseo do crânio é uma forma extranodal rara, que pode envolver o osso e a meninge adjacente. Geralmente é do tipo células B e subtipo Difuso de Grandes Células. A sua manifestação clínica é variável e se correlaciona com a sua topografia. Macroscopicamente são circunscritos, possuem bom plano de clivagem, normalmente sólidos e bem vascularizados. A terapêutica cirúrgica costuma ser obrigatória nestes casos, e quando ressecados completamente podemos considerar a cura local. É considerada uma lesão elegível para tratamento adjuvante com quimio e radioterapia, com bom prognóstico.
Comentários finais: Este é um caso raro que relata um tumor ósseo craniano secundário a Linfoma Não Hodgkin. Evidenciamos dessa maneira a importância do diagnóstico clínico, radiológico e anatomopatológico no tratamento e seguimento destes pacientes.
No conflict of interest has been declared by the author(s).