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DOI: 10.1055/s-0041-1741698
Carcinoma Espinocelular de Canal Anal: Qual é a Resposta do Tratamento Quimiorradioterápico Atual?
Authors
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Área: CÂNCER COLORRETAL
Forma de Apresentação: e-Pôster
Objetivo: O câncer de canal anal corresponde apenas a 2,6% de todos os tumores malignos do sistema digestivo, sendo o carcinoma epidermoide (CEC) o tipo histológico mais comum. O tratamento clássico do CEC de canal anal se baseia em quimioradioterapia com 5-fluorouracil (5-FU) e mitomicina C (MTC) e doses de radioterapia entre 3000 e 3500cGy (esquema Nigro clássico). Posteriormente, a dose da radioterapia foi modificada para 4500cGy no equema Nigro modificado. Recentemente, tais quimioterápicos foram substituídos por capecitabina (5-FU oral) e cisplatina a fim de atingir maior aderência, maior biodisponibilidade e menor toxicidade. Além disso, a MTC está em falta em nosso meio. Com a radioterapia conformacional, houve incremento da dose da radioterapia, chegando a alcançar 5400cGy. Em caso de falha com tal terapêutica ou recidiva da lesão, o paciente é submetido a amputação abdomino-perineal. Essa mudança terapêutica ao longo dos últimos anos, traz dúvida sobre sua eficácia. Objetiva-se, portanto, caracterizar os pacientes com CEC de canal anal que foram tratados com quimioradioterapia e qual a taxa de cirurgia de resgate.
Método: Estudo retrospectivo através da análise de prontuário dos pacientes com CEC de canal anal. Os pacientes foram selecionados através do cadastro no serviço de radioterapia entre os anos de 2014 e 2020. Os critérios de inclusão foram CEC como tipo histológico, exame de imagem do canal anal e perianal e acompanhamento com a equipe de coloproctologia do mesmo serviço da radioterapia. Caracterizou-se tal amostra com dados demográficos, dose de radiação, quimioterápico utilizado, necessidade de cirurgia de resgate e desfecho.
Resultados: Dos 126 pacientes cadastrados com CID-10 C21 no serviço de radioterapia do hospital, 59 eram originados de serviços externos e seis possuíam o tipo histológico de adenocarcinoma. Portanto, a casuística incluiu 61 pacientes. A média de idade foi 60,65 ± 13,23 anos, com predomínio em mulheres (75,4%). O esquema terapêutico mais realizado foi capecitabina e cisplatina (62,5%). A taxa de cirurgia de resgate foi 4,9%. Todos esses três pacientes tiveram resposta incompleta mesmo com tratamento quimioradioterápico adequado (5400cGy e capecitabina e cisplatina), com tempo médio de seguimento pós cirurgia de resgate de 36 meses, nenhum dos três evoluiu para óbito. Dos demais pacientes, onze evoluíram para óbito (18,6%) e 13 (21,3%) perderam o seguimento tendo a taxa de resposta sido satisfatória em nossa amostra.
Conclusões: Apesar da modificação do esquema terapêutico original no tratamento do CEC de canal anal, a taxa de resposta tem se mostrado satisfatória. A cirurgia de resgate tem seu papel, com boa sobrevida em nossa amostra.
No conflict of interest has been declared by the author(s).
Publication History
Article published online:
04 January 2022
© 2022. Sociedade Brasileira de Coloproctologia. This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution-NonDerivative-NonCommercial License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit. Contents may not be used for commecial purposes, or adapted, remixed, transformed or built upon. (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/)
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