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DOI: 10.1055/s-0041-1741887
Cecostomia em Síndrome de Ogilvie Crônica: Relato de Caso
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Área: MISCELÂNEA
Forma de Apresentação: e-Pôster
Introdução A síndrome de Ogilvie é um tipo de pseudo-obstrução intestinal (POI) funcional dos cólons. A clínica é semelhante às outras obstruções mecânicas e de igual gravidade. É rara, e está associada a várias doenças que cursam com desequilíbrio autonômico e prejuízo da peristalse. Sua principal característica é a dilatação acentuada do cólon, ruídos hidroaéreos diminuídos, dor à palpação superficial e parada na eliminação de fezes.
Relato de Caso Paciente feminina, 68 anos, portadora de doença de Alzheimer, em acompanhamento por megacólon, megarreto e doença do refluxo gastroesofágico erosiva. Apresenta, desde 2019, histórico de dor abdominal intermitente, hiporexia, borborigmos, e constipação intestinal, com episódios de vômitos e evacuações líquidas/explosivas, em uso de donepezila e mestinon para tratamento da síndrome de Ogilvie. Em exames complementares realizados nessa ocasião, foi observado pela tomografia computadorizada (TC) de abdome distensão gasosa dos cólons, até a transição retossigmoide, e distensão parcial do reto. Colonoscopia evidenciou pequeno pólipo, que foi removido, sem nenhuma obstrução mecânica evidente. Em 2020, evoluiu com pseudo-obstrução intestinal, sendo internada. TC de abdome evidenciou acentuada distensão de alças cólicas, com acúmulo de resíduos fecais na ampola retal, sem pontos obstrutivos. Foi realizada descompressão colônica e mantido tratamento clínico. Em março/2021, apresentou nova piora do quadro, com importante distensão abdominal e vômitos pós-prandiais, apesar de terapia clínica otimizada com uso Mestinon, PEG, Donepezila, Domperidona e Esomeprazol. Apresentava-se desnutrida, desidratada, com abdome muito distendido, ruídos metálicos, hipertimpânico, doloroso a palpação profunda. Toque retal: esfíncter hipertônico e fezes líquidas em dedo de luva. Após Discussão com a equipe da gastroenterologia, optou-se cecostomia percutânea. O procedimento ocorreu sem intercorrências. Paciente em acompanhamento, com melhora dos sintomas, sem novas crises de dor ou vômito.
Discussão A POI pode ocorrer em decorrência de condições clínicas, ou eventos concomitantes. O quadro clínico mais descrito é composto por episódios de constipação, intercalados com evacuações e distensão abdominal, característico de obstruções mecânicas, porém sem causas orgânicas. Dessa forma, considera-se a POI como um diagnóstico diferencial. A dilatação do cólon pode poupar o cólon descendente e sigmoide, entretanto, é progressiva e pode causar complicações graves, como formação de regiões necróticas, diástase cecal e perfuração. O tratamento deve ser sistematizado de acordo com a resposta do paciente, sendo o suporte geral a primeira abordagem e a terapia medicamentosa com neostigmina destinada para quadros sem resposta satisfatória. Além do papel diagnóstico, a colonoscopia tem função terapêutica, viabilizando a descompressão colônica. A cecostomia percutânea ou cirúrgica é indicada em casos refratários, a fim de diminuir a sintomatologia e melhorar a qualidade de vida.
No conflict of interest has been declared by the author(s).
Publication History
Article published online:
04 January 2022
© 2022. Sociedade Brasileira de Coloproctologia. This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution-NonDerivative-NonCommercial License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit. Contents may not be used for commecial purposes, or adapted, remixed, transformed or built upon. (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/)
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