Open Access
CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2023; 43(S 01): S1-S270
DOI: 10.1055/s-0044-1780878
Modalidade de apresentação: Pôster Eletrônico
Câncer do Cólon/Reto/Ânus

OPERAÇÃO ENDOSCÓPICA TRANSANAL (TEO) PARA EXCISÃO LOCAL DE LESÕES INICIAIS DE RETO: EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO

Authors

  • Júlia Salles Rezende Dias

    1   Santa Casa BH.
  • Ilson Geraldo da Silva

  • Vivian Scarlleth Lopes Oliveira

  • Matheus Matta Machado Duque Estrada Meyer

  • Matheus Duarte Massahud

  • Guilherme de Almeida Santos

  • Amanda Cristina Virgílio Alves

  • Igor Reggiani Gomes

 
 

juliasallesrd@gmail.com

Introdução Atualmente, o tratamento padrão-ouro para o câncer de reto é a cirurgia radical com excisão total do mesorreto (ETM), que está associada a uma elevada morbidade, taxas consideráveis de colostomia definitiva e importantes alterações funcionais. Para lesões adenomatosas e câncer retal precoce, a excisão local, quando bem indicada, pode levar a resultados oncológicos satisfatórios. A operação transanal endoscópica (TEO) oferece vantagens já demonstradas na literatura, com taxas superiores de ressecção em bloco e margens negativas quando comparada com a técnica transanal clássica, o que reduz as taxas de recidiva, associada a um baixo risco de complicações.

Objetivo Descrever a experiência de uma equipe de coloproctologia em Belo Horizonte com a realização da plataforma TEO e comparar os resultados encontrados com os relatados na literatura.

Materiais e Métodos Estudo observacional, retrospectivo, transversal e descritivo, no qual foi consultada uma base de dados que continha informações sobre operações endoscópicas transanais realizadas pela equipe de coloproctologia entre julho de 2014 e dezembro de 2022.

Resultados Foram analisados dados de 76 pacientes submetidos a excisão transanal endoscópica pela plataforma TEO. Ao todo, 51,3% eram do sexo feminino, o pico etário foi entre 51 e 80 anos, e 64,5% dos pacientes apresentavam alguma comorbidade. A distância média da margem anal foi de 5 cm. O tempo médio de procedimento foi de 97,7 minutos. A média de acompanhamento dos pacientes foi de 18,6 meses. Neste intervalo, foram relatadas 2 recidivas (2,6%). A taxa de ressecção em bloco foi de 96,1%, com 94,8% de margens livres. Os estadiamentos por ressonância (n = 33) e por ultrassom (n = 7) demonstraram uma acurácia de 69,6% e 42,8%, respectivamente, na diferenciação entre lesão invasiva e não invasiva. O tempo médio de internação hospitalar foi de 2,09 dias, e 9 (11,8%) pacientes apresentaram algum tipo de complicação, mas houve apenas 1 (1,3%) caso complicação grave com óbito.

Conclusão A TEO é uma técnica segura para a ressecção de lesões retais iniciais, com baixa taxa de ocorrência de complicações graves. Taxas satisfatórias de ressecção em bloco e de margem negativa foram obtidas com a técnica. A taxa de recidiva encontrada foi baixa, mas as recidivas podem estar sendo subdetectadas devido à perda de acompanhamento pós-operatório e à ausência de registro adequado da ocorrência de cirurgia radical subsequente à ressecção endoscópica.


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Publication History

Article published online:
27 February 2024

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