Open Access
CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2023; 43(S 01): S1-S270
DOI: 10.1055/s-0044-1780880
Modalidade de apresentação: Pôster Eletrônico
Câncer do Cólon/Reto/Ânus

RESSECÇÃO LOCAL DE EGIST DO SEPTO RETOVAGINAL

Authors

  • Vitória Vicentin Giordano

    1   Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
  • Gabriela de Carvalho Simões da Fonseca

  • Natália Ferreira Cardoso de Oliveira

  • Carolina Pontes de Moraes Hungria

  • Fernanda Bellotti Formiga

  • Louisie Galantini Lana de Godoy

  • Jorge Alberto Ortiz

  • Fang Chia Bin

 
 

vitoriavgiordano@gmail.com

Apresentação do Caso Relatamos o caso de uma paciente do sexo feminino, de 54 anos, com queixa de dor perineal e abaulamento vaginal. Na admissão, a paciente tinha abaulamentos na parede posterior da vagina e na parede anterior do reto, ambos sem comprometimento de mucosa. Ela havia realizado biópsia, em outro serviço, com diagnóstico de tumor estromal gastrointestinal (GIST). Em uma ressonância magnética de pelve, observou-se formação nodular expansiva no espaço retovaginal de 4,6x3,4x5 cm, sem linfonodomegalias, sugestiva de GIST. Optou-se por tratamento neodjuvante com imatinibe por 6 meses, com redução da lesão (3x2x3,1cm) em novo estudo radiológico. Realizou-se ressecção cirúrgica por via perineal, sem evidência de comprometimento macroscópico da parede do reto, nem sinais de doença residual ao término do procedimento. O estudo histológico confirmou GIST que infiltrava o tecido fibroadiposo em focos múltiplos, e a pesquisa imuno-histoquímica revelou imunoexpressão de c-KIT positiva, compatível com GIST infiltrando o septo retovaginal.

Discussão O GIST é um tumor pouco frequente, responsável por cerca de 1% dos tumores do trato gastrointestinal (TGI). O estômago é a localização mais comum (60%), seguida do jejuno e íleo (30%), com o esôfago e a região anorretal sendo menos comuns (5%). Há ainda localização extragastrointestinal (EGIST), como omento, mesentério, retroperitônio, bexiga e septo retovaginal, responsáveis por menos de 5% dos casos. A literatura apresenta apenas 22 casos de EGIST de septo retovaginal até 2019. O tratamento do GIST é a ressecção cirúrgica sem violação da cápsula tumoral, com margens negativas, podendo-se usar o imatinibe como tratamento complementar neoadjuvante ou adjuvante. No intraoperatório, é fundamental avaliar se há ligação visível com o TGI, uma vez que a cirurgia pode se estender além da enucleação e o prognóstico é distinto. Devido a isso, os pacientes tratados por EGIST devem manter seguimento cuidadoso.

Comentários Finais O GIST é um tumor pouco comum, e quando apresenta localização extragastrointestinal, como no septo retovaginal, é mais raro ainda. A ressecção cirúrgica por via perineal com auxílio do imatinibe apresenta adequado potencial de cura. Entretanto, sem evidências de conexão direta com uma estrutura gastrointestinal luminal, é difícil determinar o verdadeiro risco de recorrência e progressão da doença. Desta forma, é possível afirmar que o tratamento desse tipo de GIST ainda é desafiador, mas abordagens cada vez menos invasivas estão sendo realizadas com sucesso.


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Article published online:
27 February 2024

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