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CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2023; 43(S 01): S1-S270
DOI: 10.1055/s-0044-1781207
Modalidade de apresentação: Apresentação Oral
Fisiologia Anorretocólica

ANÁLISE DA CORRELAÇÃO ENTRE IDADE, TIPO DE PARTO E DISFUNÇÕES DO ASSOALHO PÉLVICO EM MULHERES COM SINTOMAS DE EVACUAÇÃO OBSTRUÍDA

Authors

  • Maysa Queiroz Maciel

    1   Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HUUFMA), São Luís – MA, Brasil.
  • Graziela Olivia da Silva Fernandes

  • Yana de Sousa Crispim Pavan

  • Maura Tarcianny Oliveira Cajazeiras

  • Leonardo Fernandes Fontenele

  • Bruno Barreto Figueiredo Soares

  • Rodrigo Artur Souza de Oliveira

  • Rosilma Gorete Lima Barreto

 
 

    maysaqmaciel21@gmail.com

    Introdução A correlação entre parto vaginal, idade e disfunções do assoalho pélvico em pacientes com evacuação obstruída permanece ainda controversa.

    Objetivo Determinar a influência da idade, do tipo de parto e do número de partos na prevalência de disfunções do assoalho pélvico em mulheres com evacuação obstruída.

    Materiais e Métodos Ao todo, 131 mulheres com sintomas de evacuação obstruída foram avaliadas por ecodefecografia para quantificar disfunções do assoalho pélvico e lesão esfincteriana. As pacientes foram agrupadas por idade (≤ 50 anos e > 50 anos) e estratificadas em subgrupos por tipo de parto e paridade para avaliar a prevalência de disfunções do assoalho pélvico. Grupo I (≤ 50 anos): 52 pacientes, com idade média de 39,83 anos (6 nulíparas, 35 tiveram 1 ou mais partos vaginais e 11 tiveram somente 1 ou mais cesáreas). Grupo II (> 50 anos): 79 pacientes, idade média de 62,27 anos (4 nulíparas, 69 tiveram 1 ou mais partos vaginais e 6 tiveram somente 1 ou mais cesáreas). Para avaliar a relação entre retocele grau II ou III e sucessivos partos vaginais, as pacientes foram estratificadas pelo número de partos vaginais.

    Resultados O número de mulheres com um ou mais partos vaginais foi significativamente maior no grupo II (> 50 anos; p = 0,0003), mas não houve diferença significativa em relação ao número de nulíparas ou de pacientes com parto apenas por cesariana entre os grupos I e II. Retocele significante (de graus II ou III) e lesão esfincteriana oculta foram mais prevalentes no grupo II (p = 0,0159 e p = 0,0070, respectivamente). Os grupos não diferiram significativamente quanto ao anismo, intussuscepção retal e cistocele (p = 0,999, p = 0,0547 e p = 0,0869, respectivamente) . Em ambos os grupos não foi visualizado nenhum caso de entero/sigmoidocele de grau III. Ao comparar mulheres nulíparas com mulheres com parto vaginal e mulheres com cesariana independentemente da idade, a prevalência de retocele de graus II ou III, intussuscepção retal, cistocele e anismo foi semelhante. Não foi encontrada correlação entre a prevalência de retocele de graus II ou III e o número de partos vaginais. Mulheres com parto vaginal tiveram mais lesões ocultas esfincterianas do que mulheres submetidas a cesarianas.

    Conclusão A idade mais avançada influenciou na prevalência de retocele significativa e dano esfincteriano em mulheres. No entanto, o tipo de parto e a paridade não foram correlacionados com a prevalência de retocele significativa, intussuscepção, cistocele e anismo em mulheres com sintomas de evacuação obstruída.


    No conflict of interest has been declared by the author(s).

    Publication History

    Article published online:
    27 February 2024

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