ANÁLISE DAS CIRURGIAS DE RECONSTRUÇÃO DE TRÂNSITO REALIZADAS DURANTE 1 ANO EM UM CENTRO TERCIÁRIO DE TRAUMA EM FORTALEZA – CE

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Introdução Ostomias são utilizadas em diversos contextos no manejo cirúrgico de afecções do trato digestivo. No trauma, considerando a gravidade dos pacientes envolvidos e o risco de anastomoses primárias em algumas situações, a confecção de ileostomia ou colostomia constitui uma alternativa para a abreviação do tempo cirúrgico e a redução de complicações, como fístulas e deiscências. A despeito da relativa facilidade técnica em sua confecção, os procedimentos de reconstrução do trânsito intestinal (RTI) acarretam elevados índices de morbidade, e seu sucesso depende de fatores como o procedimento utilizado na operação inicial, a técnica empregada na reconstrução e os cuidados perioperatórios.

Objetivo Analisar casos de RTI em pacientes ostomizados por lesões traumáticas do trato gastrointestinal em hospital terciário de referência em politrauma.

Materiais e Métodos Análise retrospectiva dos prontuários de pacientes submetidos a RTI no Instituto Dr. José Frota em 2021, a partir de informações demográficas e técnicas empregadas, com dados expressos em frequências e percentuais.

Resultados Foram incluídos 24 procedimentos de RTI. A média de idade dos pacientes no momento da cirurgia inicial foi de 25,3 anos, sendo a maioria do sexo masculino (83,3%) e o mecanismo de trauma mais comumente implicado, o de perfuração por arma de fogo (66,7%). A maior parte dos procedimentos iniciais envolveu colostomia em alça (50%), seguida da terminal à Hartmann (37,5%). As reconstruções ocorreram em média 14,9 meses após as cirurgias iniciais, sendo em sua maioria manuais (75%; 9 em plano único e 9 em 2 planos). Apenas um paciente apresentou evolução desfavorável, sendo necessária nova colostomia terminal com posterior reconstrução.

Conclusão A RTI apresenta benefícios importantes à qualidade de vida dos pacientes, quando bem indicada, com temporalidade adequada e emprego da melhor técnica, embora a literatura careça de dados sólidos sobre a padronização da técnica preconizada.

 

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Article published online:
27 February 2024